PERFIL DE RESISTÊNCIA A ANTIMICROBIANOS EM ESCHERICHIA COLI ENTEROPATOGÊNICA ISOLADA DE COELHOS (REPEC) PROVENIENTE DE DIFERENTES REGIÕES DO BRASIL.

Moema Ramalho (IMPPG / UFRJ); Valéria Girão (IMPPG / UFRJ); Tânia Gomes (EPM / UNIFESP); Mônica Vieira (EPM / UNIFESP); Kinue Irino (IAL); Sérgio Fracalanzza (IMPPG / UFRJ); Beatriz Moreira (IMPPG / UFRJ); Dennys Girão (IMPPG / UFRJ)

As REPEC correspondem a um importante agente diarreiogênico entre os coelhos, sendo alguns sorotipos responsáveis por alta letalidade, especialmente no período de pós-desmame. Embora seja um importante enteropatógeno, as REPEC têm sido pouco estudadas, mesmo na Europa e nos EUA, onde a cunicultura é uma atividade de grande importância econômica. Pouco se sabe, ainda hoje, sobre a sua distribuição (freqüência de isolamento, sorotipos envolvidos), bem como sobre seus mecanismos de virulência, e perfil de resistência a antimicrobianos. No presente estudo, foram determinadas as frequências de resistência de 136 amostras de REPEC obtidas de material fecal de coelhos provenientes de 39 pontos de coleta em diferentes regiões do Brasil, entre os anos de 2006 e 2009. Para a determinação do perfil de resistência, estas amostras foram testadas frente a 17 antimicrobianos, empregando-se a técnica de disco difusão (Kirb & Bauer), seguindo-se as recomendações do CLSI 2006. A técnica de disco-aproximação foi empregada para a detecção da produção de ESBL (beta lactamase de espectro estendido). Dentre as 136 amostras de REPEC analisadas, nenhuma revelou produção de ESBL. Os percentuais de resistência encontrados foram os seguintes: ácido nalidixico, 38,2%; tetraciclina, 34,6%; estreptomicina e ampicilina, 12,5% cada; sulfonamida, 8,8%; sulfametoxazol/ trimetoprim, 5,1%; gentamicina, 4,4%; cefoxitina, 2,9%; cloranfenicol,  kanamicina, amicacina e amoxacilina/ácido clavulânico, 1,5% cada. Todas as amostras foram sensíveis a ciprofloxacino, ceftriaxona e aztreonam. Em 17% das REPEC analisadas foram encontradas resistência a múltiplas drogas (ao menos a 3 classes diferentes de antimicrobianos). Observamos que elevados percentuais de resistência estão presentes em amostras de REPEC do Brasil. Entretanto, a produção de ESBL ainda não se disseminou para esse patógeno.