25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:431-1


Área: Genética e Biologia Molecular ( Divisão N )

ANÁLISE DE PLASMÍDIOS DE RESISTÊNCIA A ALTOS NÍVEIS DE MUPIROCINA PRESENTES EM AMOSTRAS HOSPITALARES DE STAPHYLOCOCCUS AUREUS RESISTENTES À METICILINA (MRSA)

Viviane Coimbra E Souza (UFRJ); Ana Paula Couto Marques Cardozo (UFRJ); Katia Regina Netto dos Santos (UFRJ); Maria do Carmo de Freire Bastos (UFRJ); Márcia Giambiagi de Marval (UFRJ)

Resumo

A mupirocina é um antimicrobiano tópico com excelente ação contra Staphylococcus aureus resistentes à meticilina (MRSA). A resistência a altos níveis de mupirocina ocorre pela presença do gene ileS-2 que é capaz de codificar uma enzima chamada isoleucil-tRNA sintetase adicional à enzima nativa, a qual apresenta  menor afinidade pela molécula de mupirocina, dificultando sua ação. Em S. aureus, este gene foi detectado em plasmídios sendo flanqueado por repetições diretas das seqüências de inserção IS257. Em nosso laboratório, foi detectado um plasmídio de 35 kb denominado pMG1, encontrado na primeira amostra de MRSA MupR isolada no hospital da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em 1994, onde a mupirocina era utilizada na rotina. O objetivo do presente estudo é verificar a ocorrência de diversidade de plasmídios MupR em amostras hospitalares de S. aureus. Cinco amostras de MRSA MupR foram caracterizadas como pertencentes a diferentes genótipos. Nestas amostras, foram detectados, através de cura pelo calor e transferência por conjugação, para a amostra receptora S. aureus  RN8411, plasmídios contendo o gene ileS-2 responsável por MupR e denominados pMG2, pMG3, pMG4, pMG5 e pMG5P. Para se verificar uma possível origem comum entre plasmídios  MupR e o pGO1, um plasmídio conjugativo protótipo de S. aureus responsável por resistência à gentamicina, foi analisada a incompatibilidade entre os mesmos através da técnica de conjugação. Todos os plasmídios MupR mostraram pertencer ao mesmo grupo de incompatibilidade de pGO1 em função da queda observada na freqüência de conjugação, e da ausência de transconjugantes mantendo as duas resistências concomitantemente. Estes plasmídios foram analisados, por Southern blot, quanto aos fragmentos de restrição gerados pelas enzimas EcoRI e HindIII ao clivarem o gene ileS-2 sendo possível a detecção de polimorfismo entre eles. Foi observado, através de PCR, que estes plasmídios  apresentam seqüências de inserção IS257 flanqueando o gene ileS-2 e que estas seqüências se encontram inseridas na mesma orientação. A análise dos resultados mostrou que os plasmídios pMG2 e pMG3 são semelhantes entre si porém os plasmídios pMG1, pMG4, pMG5 e pMG5P apresentam diferenças entre si. Assim, uma vez que todos os plasmídios se mostraram diferentes de pMG1, podemos afirmar a existência de diversidade de plasmídios MupR nestas amostras hospitalares.


Palavras-chave:  mupirocina, plasmídio, resistência à mupirocina, Staphylococcus aureus