25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:423-2


Área: Microbiologia Clinica ( Divisão A )

PREVALÊNCIA DE ENTEROCOCCUS RESISTENTES AOS AMINOGLICOSÍDEOS ISOLADOS DE PACIENTES HOSPITALIZADOS INFECTADOS OU COLONIZADOS

Natália Conceição (UFTM); Bárbara Godoi Melo (UFTM); Cristina da Cunha Hueb Barata de Oliveira (UFTM); Adriana Gonçalves de Oliveira (UFTM)

Resumo

Os Enterococcus tornaram-se patógenos proeminentes, nos últimos anos, devido ao aparecimento de amostras multirresistentes no ambiente hospitalar. O sinergismo bactericida obtido pela combinação de um agente ativo contra a parede celular com um aminoglicosídeo, utilizado no tratamento das infecções enterocócicas, tem sido ameaçado pelo crescente aumento de enterococos com alto nível resistência a esses antibióticos. Assim, o presente estudo teve como objetivo monitorar a prevalência de enterococos com resistência de alto nível aos aminoglicosídeos (HLAR) em pacientes colonizados internados na UTI-Adulto e em pacientes infectados internados em diversas enfermarias do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro. As amostras infectantes foram obtidas de diversos espécimes clínicos e as amostras colonizantes foram obtidas por meio de swabs retais. As amostras foram caracterizadas pelo método coloração de Gram, ausência de produção de catalase, hidrólise da L-pirrolidonil-β-nafitilamida (PYR), crescimento em bile-esculina e NaCl 6,5%. Para identificação das espécies foram realizadas as provas de fermentação de carboidratos, descarboxilação da arginina, motilidade e produção de pigmento amarelo. O perfil de suscetibilidade aos aminoglicosídeos (estreptomicina e gentamicina), às penicilinas (ampicilina e penicilina G) e aos glicopeptídeos (vancomicina e teicoplanina) foi determinado pelo teste de disco difusão. Foram analisadas 227 amostras infectantes e 67 amostras colonizantes. Observou-se que 34,8% e 9% das amostras infectantes e colonizantes foram resistentes à gentamicina, respectivamente (p<0,05). A resistência à estreptomicina foi observada em 26,8% e 34,3% das amostras infectantes e colonizantes, respectivamente. Analisando-se as amostras infectantes, observou-se que 10,1% apresentaram resistência a ambos aminoglicosídeos simultaneamente, e entre as amostras colonizantes, essa taxa foi de 4,4%. Todas as amostras de E. faecium com HLRA colonizantes ou infectantes foram resistentes à ampicilina e penicilina G simultaneamente. Entre as amostras infectantes, foram encontradas 4 amostras de enterococos com resistência adquirida à vancomicina, no entanto, todas foram sensíveis aos aminoglicosídeos. Os resultados indicam que uma porcentagem significativa de amostras de Enterococcus isoladas de amostras clínicas e da microbiota intestinal residente no HC da UFTM é resistente aos aminoglicosídeos.

 

Apoio financeiro: FUNEPU (Fundação de Ensino e Pesquisa de Uberaba) e FAPEMIG (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais)


Palavras-chave:  Colonização, Enterococcus, Infecção, Resistência aos aminoglicosídeos