25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:418-2


Área: Micologia Médica ( Divisão B )

ASPERGILOSE DISSEMINADA POR ASPERGILLUS PARASITICUS: PRIMEIRO CASO RELATADO

Ana Maria Rabelo de Carvalho Parahym (UFPE); Carolina Maria da Silva (UFPE); Michele Chianca Macario (UFPE); Gustavo Antônio da Trindade Meira Henriques Filho (HEMOPE); Odin Barbosa da Silva (HEMOPE); Rejane Pereira Neves (UFPE)

Resumo

Aspergilose é uma infecção micótica causada por espécies de <i>Aspergillus</i>, que tem como principais formas de apresentação a broncopulmonar alérgica, pulmonar e disseminada. Os propágulos fúngicos, conídios, penetram no organismo  por várias vias, especialmente, inalatória e se alojam inicialmente nos seios paranasais. A sua capacidade de invasão a orgãos e tecidos (invasão pulmonar, abcesso cerebral, infecção disseminada) associa-se, usualmente, com imunossupressão de várias etiologias. Dentre os fatores de risco para aspergilose pulmonar invasiva destacam-se a ocorrência de episódios de neutropenia e imunossupressão prolongada, especialmente em portadores de leucemia aguda e que realizaram transplante de medula óssea. O acometiemnto do sistema nervoso central é grave, com 75% a 100% de mortalidade. Este trabalho consta de um relato de aspergilose disseminada em portador de Leucemia Linfóide Aguda. Amostras da secreção traqueal foram obtidas, em três dias consecutivos, na Unidade de Terapia Intensiva do HEMOPE de paciente do sexo masculino, 45 anos, apresentando febre, neutropenia prolongada, imagem radiológica pulmonar difusa e lesões exapansivas uma em cada hemisfério cerebral, de tamanho 7,0 x 6,0 x 5,5cm e 6,5 x 4,7 x 4,2cm, visualizadas na ressonância magnética do encéfalo. O paciente apresentava-se inconsciente, tendo sido realizado, anteriormente, tratamento empírico para sinusite fúngica com anfotericina B (0,5mg/kg/dia). O diagnóstico foi baseado na presença de numerosas hifas hialinas septadas e dicotômicas ao exame direto e na obtenção de <i>A. parasiticus</i> em cultura pura em todas as amostras. A coleta do líquido cefalorraquidiano não foi possível devido a ocorrência de plaquetopenia, sendo o apergiloma cerebral diagnosticado através de imagem radiológica compatível. O paciente foi tratado com voriconazol (6mg/kg por um dia seguido de 4mg/kg por 20 dias a cada 12 horas, sendo posteriormente removido para um hospital particular. O isolado encontra-se estocado na Micoteca URM, do departamento de Micologia da Universidade Federal de Pernambuco, sob o número 5915. Dessa forma podemos afirmar que <i>Aspergillus parasiticus</i> causa aspergilose disseminada em portador de Leucemia Linfóide Aguda.


Palavras-chave:  Aspergilose disseminada, Aspergillus parasiticus, Leucemia Linfóide Aguda