RESISTÊNCIA À NISINA EM STAPHYLOCOCCUS AUREUS ISOLADOS DE ANIMAIS COM MASTITE BOVINA

Alexandra Manoela Oliveira Cruz Cruz (UFV); Andréa de Oliveira Barros Ribon Ribon (UFV); Célia Alencar de Moraes Moraes (UFV); Hilário Cuquetto Mantovani Mantovani (UFV)

A  mastite  é  considerada  a  principal doença  das  vacas  leiteiras,  e é responsável pela  maioria  das  perdas  econômicas  na  pecuária  de  leite  no  mundo.  Estudos  recentes  demonstram  que  a  bacteriocina   nisina  apresenta  potencial  de  utilização       in vivo  para  tratamento  da  mastite,  porém  a  resistência a nisina em patógenos da mastite ainda não foi investigada. Nesse trabalho, o objetivo  foi determinar a ocorrência in vitro de resistência à nisina em Staphylococcus aureus isolados de bovinos com mastite. Oito isolados de S. aureus apresentando concentração inibitória  minima (CIM) para nisina (determinado por microdiluição em caldo) de 12,5 µmol L^-1 foram  submetidos a dez transferências sucessivas (inóculo de 2 %) a cada 12 horas (aproximadamente 120 gerações) em meio Mueller-Hinton adicionado com uma concentração  sub-letal (6,25 µmol L^-1) da bacteriocina. Os controles foram transferidos em meio de cultura sem a adição de nisina. Após a décima transferência, o CIM para nisina foi  novamente determinado e comparado com o CIM inicial de cada cultura.  Todas as culturas testadas apresentaram CIM ≥100 µmol L^-1 após a 10ª transferência  em  presença de dose sub-letal de nisina. Para avaliar a estabilidade do fenótipo  de  resistência dos isolados, foram feitas transferências sucessivas das culturas em ausência  de  nisina e  o CIM foi  novamente  determinado. As  culturas  de S.  aureus  apresentaram  fenótipo  estável  de  resistência  à  nisina  por  pelo  menos       120 gerações  de  cultivo  em  meio  sem  a  adição  da  bacteriocina.  Os  resultados  obtidos  sugerem  a  ocorrência  de  uma  subpopulação  de  células  naturalmente resistentes  à  nisina  em  culturas de S. aureus isoladas de animais com mastite bovina.