STAPHYLOCOCCUS LUGDUNENSIS: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA, MOLECULAR E ANÁLISE DE FATORES DE VIRULÊNCIA E RESISTÊNCIA A ANTIMICROBIANOS EM AMOSTRAS ISOLADAS PACIENTES DE DIFERENTES HOSPITAIS DO RIO DE JANEIRO

Eliezer Menezes Pereira (UFRJ); Ana Luiza de Alvarenga Machado (UFRJ); Fred Luiz Furriel de Oliveira (UFRJ); Aline Gil Pestana de Souza (UFRJ); Ricardo Pinto Schuenck (UFRJ); Kátia Regina Netto dos Santos (UFRJ)

A espécie Staphylococcus lugdunensis tem sido associada a diversos tipos de infecções humanas, como bacteriemias e endocardites. Normalmente estas amostras são sensíveis aos antimicrobianos utilizados contra Staphylococcus e estas infecções costumam ser severas, principalmente as endocardites. À semelhança do S. aureus, S. lugdunensis também apresenta fator clumping, hemolisinas e DNAse. Cerca de 30% das amostras relatadas na literatura são produtoras de biofilme e há uma baixa variabilidade genética entre as estirpes isoladas de infecções humanas. Os objetivos desse estudo foram: identificar bioquimicamente amostras de S. lugdunensis; detectar os fatores de virulência Fbl (adesão), SLUSH (hemolisina), produção de biofilme e genes relacionados; determinar o perfil de susceptibilidade a antimicrobianos e analisar a diversidade genômica pela técnica de PFGE. Vinte e três amostras clínicas foram submetidas à identificação bioquímica convencional. A caracterização molecular de fatores de virulência foi realizada através da técnica de PCR, enquanto a expressão de Fbl e SLUSH foi verificada através das técnicas de aglutinação em látex e hemólise sinérgica com a-hemolisina, respectivamente. A produção de biofilme foi analisada pelo micro-método quantitativo em placas de poliestireno. A sensibilidade aos antimicrobianos foi determinada através da técnica de disco-difusão. A variabilidade genômica dos isolados foi analisada por PFGE. Todas as amostras foram identificadas como S. lugdunensis e apresentaram o gene fbl (462 pb) e slush (203 pb). Todas as 23 amostras apresentaram resultado positivo no teste de aglutinação em látex e 22 expressaram SLUSH. As amostras foram sensíveis a maioria dos antimicrobianos, sendo uma amostra resistente a oxacilina (portador do cassete SCCmec tipo V) e uma resistente a clindamicina e eritromicina (teste D+). A análise de produção de biofilme ainda está sendo realizada. A análise cromossômica por PFGE revelou a existência de 3 genótipos. Estes resultados são de extrema importância para a literatura científica, mostrando que esta espécie possui fatores de agressão similares a espécie S. aureus. Outro fato importante é o fato do cassete SCCmec tipo V ser detectado em uma das amostra, mostrando que esta espécie pode ser capaz de adquirir resistência a oxacilina, e consequentemente, a diversos outros antimicrobianos.