25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:394-2


Área: Fermentação e Biotecnologia ( Divisão J )

DIFERENTES METODOLOGIAS PARA SOLUBILIZAÇÃO DE FOSFATO IN VITRO POR BACTÉRIAS ENDOFÍTICAS

Renata Assis Castro (CENA / USP); Maria Carolina Quecine (Esalq / USP); Aline Aparecida Pizzirani-kleiner (Esalq / USP); Itamar Soares de Melo (EMBRAPA); Paulo Teixeira Lacava (Esalq / USP); João Lúcio Azevedo (Esalq / USP)

Resumo

Os microrganismos têm papel crucial no ciclo do fósforo devido à capacidade de disponibilização para as plantas através da imobilização de fosfato solúvel ou pela solubilização de fosfato insolúvel. Diferentes metodologias têm sido descritas para a avaliação da capacidade de solubilizar fosfato por microrganismos, entretanto, ainda não se tem uma clara definição sobre o método mais adequado a ser empregado nessas análises. O objetivo do trabalho foi comparar a eficácia de algumas metodologias empregadas na avaliação da solubilização de fosfato. Para tal, foram realizados testes qualitativos utilizando-se 35 bactérias endofíticas isoladas de plantas de mangue do litoral Paulista. Foram testadas 7 metodologias: A - Fosfato de Cálcio dibássico; B - Fosfato de Alumínio; C - NRBY-BRP; D - PVK; E - NBRIY; F - NBRIP; G - Fosfato tricalcium. Para obtenção do Índice de Solubilização (IS = diâmetro halo/diâmetro colônia) as bactérias foram inoculadas nos meios de cultura, incubadas a 28ºC por 5 dias e os diâmetros do halo de solubilização e da colônia foram aferidos. Os dados obtidos foram analisados estatisticamente e os resultados mostraram que diferentes isolados bacterianos apresentam diferentes performances dependendo da metodologia utilizada, ou seja, os valores de IS obtidos pelos isolados variaram de acordo com a metodologia testada. Por exemplo, a maior solubilização foi obtida na metodologia G, onde 42% dos isolados testados apresentaram o melhor IS com média de 6,25mm. Em seguida, vieram as metodologias E (25%), F (17%), C (2%) e D (2%), com as maiores médias de IS sendo 5, 4, 3,8 e 5mm, respectivamente. Diferentemente, as metodologias A e B obtiveram os maiores percentuais de isolados que não solubilizaram fosfato (42% e 85%, respectivamente), e as maiores médias obtidas nesses métodos foram 2,9mm e 1,6mm, respectivamente. O baixo percentual de bactérias solubilizadoras de fosfato encontrado na metodologia B pode estar relacionado com baixo valor de pH no meio de cultura proposto pela mesma e à toxicidade encontrada no alumínio. Enfim, nas condições avaliadas foi possível observar que as bactérias endofíticas testadas apresentaram melhor eficiência de solubilização na metodologia G. Além disso, os resultados obtidos no presente trabalho mostram que a escolha da metodologia a ser utilizada para seleção de isolados com potencial para solubilização de fosfato é de crucial importância, sendo que a utilização de mais de um método deve ser considerada, uma vez que diferentes metodologias podem levar a resultados divergentes.


Palavras-chave:  índice de solubilização, microorganismo, fosfato