Área: Ecologia Microbiana ( Divisão I ) ANÁLISE DA DIVERSIDADE BACTERIANA EM DIFERENTES PROFUNDIDADES DE UM MANGUEZAL CONTAMINADO POR PETRÓLEO Luiza Lessa Andrade (UFRJ); Raquel Silva Peixoto (UFRJ); Regina Maria Cavalcanti Pilotto Domingues (UFRJ); Alexandre Soares Rosado (UFRJ)
ResumoManguezais são ecossistemas costeiros de grande importância devido à riqueza de recursos naturais que apresentam. No entanto, estão entre os principais locais para onde os derramamentos de óleo convergem e permanecem depositados. A degradação do óleo residual ocorre lentamente, principalmente devido à percolação e deposição de óleo abaixo das camadas superficiais. Apesar do fato de sedimentos de manguezais serem predominantemente anaeróbicos, mesmo em camadas de apenas 5 cm de profundidade, pouco se sabe a respeito da diversidade de populações microbianas anaeróbias que habitam este ecossistema, e sobre os processos de degradação de óleo em anaerobiose. Por este motivo, o presente estudo tem como objetivo principal conhecer a diversidade bacteriana anaeróbia existente em diferentes profundidades de um manguezal com histórico de contaminação por petróleo.
A coleta do sedimento foi realizada no manguezal do Suruí, município de Magé, Rio de Janeiro. Sedimentos obtidos de diferentes profundidades (0-5cm, 15-20cm e 35-40cm) estão sendo avaliados. Uma parte das amostras foi reservada para estudos moleculares e a outra parte foi destinada ao cultivo sob condições anaeróbicas. As colônias obtidas com o cultivo em condições de anaerobiose foram submetidas ao sequenciamento do gene rrs (que codifica a subunidade 16S do RNA ribossomal) e as sequências obtidas neste estudo foram comparadas a sequências já depositadas no GeneBank. Observou-se que todas as bactérias isoladas da camada mais superficial do sedimento do manguezal (0-5cm) possuem 98% de similaridade com sequências de espécies de Vibrio depositadas. Com relação às amostras isoladas da profundidade de 15-20cm, suas sequências foram alinhadas com 89-96% de similaridade a sequências depositadas de espécies de Clostridium e Bacillus, sugerindo assim um padrão de diversidade de espécies bacterianas cultiváveis (de acordo com a estratégia de cultivo utilizada) em diferentes profundidades. Além disso, foi possível observar a possível presença de novas espécies ainda não descritas, devido à baixa similaridade do gene rrs de alguns isolados com sequencias depositadas no banco de dados. No momento, a técnica de DGGE está sendo empregada para avaliar a diversidade bacteriana total e a diversidade de bactérias degradadoras de compostos do petróleo, em diferentes profundidades.
Instituições de fomento: CAPES, Petrobras, FAPERJ
Palavras-chave: manguezal, contaminação por petróleo, bactérias, anaerobiose, DGGE |