25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:380-1


Área: Patogenicidade Microbiana ( Divisão D )

INTERFERÊNCIA DO REGULADOR TRANSCRICIONAL OXYR E DA ENZIMA CATALASE NA SOBREVIVÊNCIA DE BACTEROIDES FRAGILIS E DE OUTROS BACTEROIDES FRENTE A MACRÓFAGOS PERITONEAIS DE CAMUNDONGOS

Mariana Faria Dias (IMPPG UFRJ); Livia Queiroz Ferreira (IMPPG UFRJ); Rossiane Claudia Vommaro (IBCCF UFRJ); Ivi Cristina Menezes de Oliveira (IMPPG UFRJ); Joaquim dos Santos Filho (IMPPG UFRJ); Regina Maria Cavalcanti Pilotto Domingues (IMPPG UFRJ)

Resumo

Bacteroides fragilis é um anaeróbio obrigatório capaz de sobreviver na presença de O2 por cerca de 72h. Na presença de radicais livres ocorre a ativação de um mecanismo de regulação da transcrição, com a síntese de mais de 28 proteínas. Estes genes são coordenados ao nível transcricional pela proteína OxyR. O objetivo deste estudo foi avaliar a interferência do regulador OxyR e da catalase na sobrevivência de cepas de B. fragilis (parental 638R e mutantes IB260 ΔkatB e IB298 ΔoxyR) e outros Bacteroides (B. vulgatus ATCC8482 e B. thetaiotaomicron ATCC29741) na presença de O2. Em ensaios in vitro, as cepas foram inoculadas em caldo BHI e expostas ao O2. Nos tempos 1, 5 e 24 h, foram feitas contagens de células viáveis. As cepas 638R e ΔkatB mantiveram-se estáveis nas primeiras 5h. A cepa IB298, a cepa de B. vulgatus e a cepa de B. thetaiotaomicron apresentaram uma considerável queda após 24h. Em outro ensaio, que visa a análise da sobrevivência das cepas frente a macrófagos (Mf) de camundongos, após a inoculação intraperitoneal de tioglicolato 3% em camundongos, foram feitas lavagens peritoneais e plaqueamento dos Mf. A suspensão correspondente a cada cepa foi inoculada junto aos Mf e estes foram lisados para a contagem de células viáveis. As cepas IB298, IB260, B. thetaiotaomicron e B. vulgatus mostraram uma grande susceptibilidade à morte. A cepa 638R apresentou uma menor sensibilidade. No ensaio realizado para observar a formação de intermediários reativos de O2, após a interação Mf:bactérias, nos tempos 1, 5 e 24h, foi observado que a cepa 638R apresentou formação de grânulos de formazana muito acentuada, o que corresponde a intensa formação de radicais de oxigênio. Com a cepa IB298, os Mf apresentaram pouca reação e a cepa IB260 apresentou reação intermediária. Entre as cepas de B. thetaiotaomicron, B. vulgatus e a parental de B. fragilis, não foi possível determinar diferença na formação de grânulos. Em outro experimento, as cepas foram expostas a sangue humano recém coletado. Nos tempos 0 e 3h, alíquotas foram retiradas para contagem de células viáveis. As cepas 638R e IB260 mantiveram-se bastante estáveis. Já as cepas IB298, de B. vulgatus e B. thetaiotaomicron apresentaram uma maior sensibilidade. Juntos, estes resultados mostram que a resistência de B. fragilis ao estresse oxidativo desempenha um papel na sua sobrevivência em ambientes oxigenados.

Apoio financeiro: CNPq, PRONEX-FAPERJ, FAPERJ, PIBIC


Palavras-chave:  Bacteroides fragilis, OxyR, catalase, sobrevivência, estresse oxidativo