IDENTIFICAÇÃO DE GRUPOS AGR EM STAPHYLOCOCCUS AUREUS ISOLADOS DE SURTOS DE INTOXICAÇÃO ALIMENTAR ESTAFILOCÓCICA OCORRIDOS NO RIO GRANDE DO SUL

Milena Tomasi Bassani (UFPel); Wladimir Padilha da Silva (UFPel); Eduardo César Tondo (UFRGS); Luiza Pieta (UFRGS)

Intoxicação alimentar estafilocócica, terceira maior causa de doença transmitida por alimento no mundo, é o resultado da ingestão de alimentos contaminados por enterotoxinas estafilocócicas formadas por S. aureus. O locus agr controla a expressão de diversos fatores de virulência, entre eles a produção de enterotoxinas, como seb, sec e sed. Esse locus, é formado por cinco genes (agrA, agrB, agrC, agrD e hld) e, em função do poliformismo na seqüência dos genes agrC e agrD, S. aureus são divididos em quatro distintos grupos, designados de I a IV. Especula-se que esse polimorfismo pode corresponder à evolução clonal ou ter associação com a patogenicidade específica da cepa. Em geral, agr mutantes resultam em aumento da produção de proteínas de parede, decréscimo da produção de exoproteínas e redução na virulência Neste estudo avaliaram-se 13 cepas de S. aureus, provenientes de surtos de intoxicação alimentar estafilocócica ocorridos no RS, quanto à prevalência dos grupos agr I, II, III e IV e, como cepas de referência, foram usadas S. aureus RN 6390B (agr I), USA 100 (agr II), RN 8846 (agr III) e RN 4850 (agr IV). A identificação dos grupos agr foi realizada através da amplificação de fragmentos de 440bp para agr I, 572bp para agr II, 406bp para agr III e 588pb para agr IV. Os oligonucleotídeos iniciadores utilizados foram previamente descritos na literatura. Os produtos de PCR foram submetidos à eletroforese em gel de agarose 1%, corados com GEL RED, e visualizados sob iluminação ultra-violeta. Das 13 cepas, somente 3 (23%) apresentaram grupos agr e estas foram compatíveis com o perfil de bandas pertencentes ao grupo agr I. Diversos estudos descrevem a correlação entre cepas agr I com isolados de significado clínico, além de relacionarem cepas dos grupos agr I e II com doenças mediadas por enterotoxinas, como a intoxicação alimentar corroborando os resultados obtidos nesse trabalho.