AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA ÀS DROGAS B-LACTÂMICAS APRESENTADA POR ENTEROBACTÉRIAS ISOLADAS DE UM SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTO NO NOROESTE PAULISTA.

Leonardo Guizillini Plazas Ruiz (FAMERP); Maria do Rosário Moretto (SAEV); Milena Polotto (FAMERP); Margarete Teresa Gottardo de Almeida (FAMERP); Mara Corrêa Lelles Nogueira (FAMERP)

As enterobacteriaceae constituem um importante grupo de patógenos humanos que apresentam uma diversidade de mecanismos de resistência aos antibióticos e, a alta prevalência de cepas resistentes a antibióticos em águas superficiais e principalmente em efluentes caracteriza-se como um importante problema de saúde pública, pois estes ambientes, além de atuar como reservatórios para infecções, favorecem a disseminação de genes de resistência através de transmissão horizontal e a evolução da resistência em bactérias de importância clínica. Apesar disso, estudos para o conhecimento da diversidade de genes de resistência no ambiente são pouco comuns. O objetivo do estudo é pesquisar em efluentes de um sistema municipal de abastecimento de água, a diversidade de enterobactérias resistentes aos principais antibióticos usados na clínica e detectar os genes para a resistência observada. Para isolamento bacteriano, as amostras foram inoculadas em ágar McConkey, ágar Salmonella-Shigella e ágar EMB. A identificação foi realizada através de métodos bioquímicos convencionais. O perfil de sensibilidade aos antimicrobianos foi determinado pelo método de disco-difusão de acordo com as recomendações do CLSI. Até o presente foram isoladas sete Enterobacter cloacae, cinco Citrobacter freundii, um Citrobacter spp, três Salmonella parathyfhi A, duas Salmonella spp, duas Klebsiella pneumoniae e uma Shigella spp. Entre estes, quinze isolados apresentaram resistência a pelo menos um dos antibióticos testados. Quatro isolados apresentaram resultado positivo no teste fenotípico para a produção de ESBL e foram submetidos à PCR para detecção de bla_CTX-M, que são atualmente as ESBL mais prevalentes. Para isso, utilizou-se os primers CTX-M F (TTTGCGATGTGCAGTACCAGTAA) e CTX-M R (CGATATCGTTGGTGGTGCCATA) que amplificam um fragemento de 544 pb de todos os genes bla_CTX-M conhecidos. A digestão dos produtos de PCR com PstI e PvuII para agrupamento de CTX-M indicou que duas cepas de C. freundii e uma de Salmonella sp. carreiam bla_CTX-M do grupo I e uma cepa de Citrobacter sp. carreia bla_CTX-M do grupo 8. Apesar de os dados apresentados serem resultado de um estudo recentemente iniciado, a detecção dos genes bla_CTX-M em isolados ambientais confirma a necessidade de monitoramento da disseminação de genes de resistência no ambiente e do desenvolvimento de medidas de controle da sua disseminação.