25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:351-2


Área: Microbiologia Clinica ( Divisão A )

ALTERAÇÕES GÁSTRICAS EM PACIENTES HELICOBACTER PYLORI-POSITIVOS CHAGÁSICOS E NÃO CHAGÁSICOS.

Fernanda Machado Fonseca (UFTM); Renata Margarida Etchebehere (UFTM); Iracema Saldanha Junqueira (UFTM); Daurin Narciso da Fonseca (UFTM); Aluízio Prata (UFTM); Eduardo Crema (UFTM); Dulciene Maria de Magalhães Queiroz (UFMG); Adriana Gonçalves de Oliveira (UFTM)

Resumo

Tem sido demonstrado que pacientes com doença de Chagas apresentam frequentemente gastrite e alta prevalência de infecção pelo Helicobacter pylori. Todavia, não há nenhum estudo avaliando as alterações gástricas resultantes desta co-infecção. Sendo assim, o objetivo do presente estudo foi comparar as alterações gástricas presentes em pacientes Helicobacter pylori-positivos chagásicos e não chagásicos. Para tal, foram colhidos fragmentos do estômago de pacientes adultos, submetidos à endoscopia digestiva alta, no Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro, para exame histopatológico. O diagnóstico da infecção pelo H. pylori foi feito pelos testes da urease pré-formada, teste respiratório, ELISA e histologia. Foram incluídos no estudo 173 pacientes, 62 (35,8%) chagásicos e 111 (64,2%) não chagásicos. Dentre os pacientes com doença de Chagas, 41 (66,1%) apresentavam a forma digestiva da doença, 7 (11,3%) a indeterminada, 2 (3,2%) a cardíaca e 12 (19,4%) a cardiodigestiva. A infecção pelo H. pylori foi detectada em 37 (59,5%) chagásicos e 67 (60,3%) não chagásicos. Quatro (10,8%) dos 37 pacientes chagásicos H. pylori-positivos e 11 (16,4%) dos 67 não chagásicos apresentaram úlcera péptica. Foi detectada gastrite atrófica no antro e/ou no corpo em 8 (21,6%) chagásicos e em 6 (9,0%) não chagásicos. Metaplasia intestinal no antro e/ou no corpo foi observada em 7 (18,9%) pacientes chagásicos e em 3 (4,5%) não chagásicos (p=0,032). Dentre os 37 pacientes chagásicos H. pylori-positivos, 11 (29,7%) apresentaram gastrite leve no antro, 21 (56,7%) gastrite moderada, 5 (13,5%) gastrite intensa. Dentre os não chagásicos, 23 (34,3%) apresentaram gastrite leve, 42 (62,7%) gastrite moderada e 2 (3,0%) gastrite intensa. Gastrite ativa estava presente em 30 (81,1%) dos 37 pacientes chagásicos e em 59 (88,1%) dos 67 não chagásicos. Os resultados do presente estudo demonstraram que não houve diferença estatisticamente significativa com relação a ocorrência de úlcera péptica, gastrite atrófica, intensidade e atividade da gastrite entre os indivíduos H. pylori-positivos chagásicos e não chagásicos. Cabe ressaltar que as alterações gástricas não foram avaliadas de acordo com as formas clínicas da doença de Chagas, pois o número de pacientes estudados, até a presente data, com as formas cardíaca e indeterminada foi pequeno.


Suporte Financeiro: Fapemig, CNPQ


Palavras-chave:  Helicobacter pylori, Doença de Chagas, Gastrite, Helicobacter pylori-positivos