| Área: Microbiologia Geral e Meio Ambiente ( Divisão L ) ANÁLISE DO POTENCIAL DE DEGRADAÇÃO DE ÓLEO PELA ESTIRPE DIETZIA CINNAMEA P4 EM MICROCOSMOS DE SOLO
 
Joana Montezano Marques (UFRJ); Vanessa Marques Alvarez (UFRJ); Lucy Seldin (UFRJ)
ResumoA estirpe D. cinnamea P4 demonstrou, em estudos anteriores in vitro, ser capaz de degradar uma faixa ampla de n-alcanos (C11 a C36), compostos aromáticos (carbazol, tolueno, naftaleno e catecol), compostos mistos (gasolina e diesel) e, sendo assim, considerada de interesse para estudos de biorremediação. Entretanto, a sua persistência no solo, a sua capacidade de degradação in situ e o impacto de sua presença na estrutura da comunidade bacteriana indígena ainda não haviam sido estudados. Este projeto teve como objetivo avaliar as alterações provocadas na comunidade bacteriana de um solo contaminado com óleo após diferentes tratamentos de biorremediação e analisar o potencial de degradação da estirpe P4 in situ através da Análise dos Hidrocarbonetos Totais (TPH). Dessa forma, microcosmos contendo solo foram submetidos a diferentes tratamentos de biorremediação (bioestimulação, bioaumento com a introdução de 1,7 x 109 UFC/g de solo da estirpe P4 resistente à rifampicina, ambas as técnicas em conjunto e atenuação natural) e estes foram mantidos durante 135 dias a temperatura ambiente. Durante o experimento, não foi possível recuperar através de cultivo a estirpe P4 do solo submetido aos diferentes tratamentos. Por outro lado, do solo submetido ao bioaumento, uma nova estirpe bacteriana degradadora Gram-negativa (denominada EM e identificada molecularmente como pertencente ao gênero Burkholderia) foi isolada após 45 dias (1,2 x 104 UFC/g de solo) e também após 135 dias (3,3 x 103 UFC/g de solo). Quando a comunidade bacteriana presente nos microcosmos foi avaliada por DGGE (iniciadores baseados no gene que codifica o 16S rRNA), os perfis gerados indicaram uma maior diversidade da comunidade bacteriana no solo bioestimulado. A banda correspondente à estirpe P4 foi verificada durante todo o experimento no solo submetido ao bioaumento. A banda correspondente à estirpe EM também foi observada desde o início do experimento em todos os tratamentos, tornando-se gradualmente mais forte até o final dos 135 dias. Através da análise do TPH, foi verificada a degradação de óleo em todos os tratamentos do solo, sem variações significativas dos valores observados. Entretanto, no solo submetido ao bioaumento, foi observada a diminuição acentuada dos picos dos n-alcanos após análise dos cromatogramas. Esse fato sugere a participação da estirpe P4 na degradação dos n-alcanos.
Palavras-chave: Biorremediação, Degradação, Dietzia cinnamea P4, Microcosmos, Óleo |