PESQUISA DE ANTICORPOS ANTI-CHLAMYDOPHILA SPP. EM DIFERENTES ESPÉCIES ANIMAIS NAS REGIÕES SUDESTE E NORDESTE DO BRASIL.

Rosa Maria Piatti (IB); Eliana Scarcelli Pinheiro (IB); Cynthia Escócio Fernandes (IB); Sandra Renata Sampaio Salaberry (UFU); Geraldo de Nardi Junior (UNESP); Rômulo Mena Barreto Valença (UNEAL); Giulliano Aires Anderlini (CESMAC); Marcia Figueiredo Pereira (UFRPE); José Wilton Pinheiro Junior (UFREP); Margareth Élide Genovez (IB)

Os membros da família Chlamydiaceae estão distribuídos mundialmente, causando várias formas de doenças em animais e humanos. O gênero Chlamydophila, particularmente  Chlamydophila psitacci e Clamydophila abortus  é responsável por infecções nos animais e no homem resultando em significante infecção zoonótica. A clamidofilose é considerada uma importante causa de distúrbios reprodutivos acarretando prejuízos econômicos, principalmente por abortamentos em animais. A detecção de anticorpos em animais com infecção por Chlamydophila spp. é realizada com o propósito de verificar a presença ou ausência de infecção, confirmação da doença clínica e para estimar a prevalência da infecção. O presente estudo foi realizado para detectar a presença de anticorpos anti- Chlamydophila spp. em amostras de soros de várias espécies animais, coletados aleatoriamente, por meio da reação de fixação de complemento. Dos estados de São Paulo, Minas Gerais, Alagoas e Pernambuco foram avaliados 580 amostras de soros caprinos e 924 soros ovinos. Também foram avaliadas 50 amostras de soros de bubalinos provenientes do estado de São Paulo e 342 amostras de soros de suínos do estado de Alagoas. O título de anticorpos anti- Chlamydophila spp. foi considerado como a recíproca da maior diluição do soro apresentando 50% de fixação do complemento, amostras com título igual ou superior a 32 foram consideradas positivas. Foram verificadas 12(12%) amostras positivas em  caprinos do estado de São Paulo, 20(12%) positivas em caprinos do estado de Pernambuco  e três (1,2%)  positivas em  caprinos do estado de Alagoas. Em relação aos ovinos 10(2,8%) amostras foram positivas no estado de Minas Gerais, 10(8,1%) positivas no estado de Pernambuco, e 59(21,5%) positivas no Estado de Alagoas.  Nos bubalinos verificou-se 20(40%) amostras positivas no estado de São Paulo e em suínos do estado de Alagoas 36(10,5%) amostras foram positivas para anticorpos anti- Chlamydophila spp. Todas as amostras de soros caprinos do estado de Minas Gerais e as amostras de soros ovinos do estado de São Paulo foram não reagentes para a bactéria. No Brasil, a prevalência, infecção e doença em animais são pouco conhecidas, embora haja relatos isolados da presença do agente, em bubalinos, bezerros e sêmen de touros com vesiculite seminal. A ocorrência de resultados sorológicos positivos nesses animais alerta para a presença da bactéria nos rebanhos. Contudo, estudos mais amplos são necessários para que se possa estabelecer o caráter endêmico deste microrganismo.