25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:326-2


Área: Microbiologia Clinica ( Divisão A )

INFECÇÃO DE SÍTIO CIRÚRGICO E COLONIZAÇÃO NASAL POR S. AUREUS SUSCEPTÍVEL OU RESISTENTE A OXACILINA (MSSA, MRSA) EM PACIENTES SUBMETIDOS A CIRURGIA CARDÍACA EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO MINEIRO.

Marcília Batista de Amorim-finzi (UFU); Raquel Cristina Cavalcanti Dantas (UFU); Juliana Pena Porto (UFU); Geraldo Batista de Melo (UFU); Rosineide M Ribas (UFU); Paulo P. Gontijo Filho (UFU)

Resumo

INTRODUÇÃO: A colonização nasal em pacientes adultos submetidos à cirurgia cardíaca por S. aureus, no período pré-operatório, é considerado fator de risco independente para desenvolvimento de infecção de sítio cirúrgico (ISC). OBJETIVO: Analisar a relação entre colonização nasal e infecção de sítio cirúrgico por S. aureus em pacientes submetidos à cirurgia cardíaca bem como a etiologia por MSSA e MRSA, de natureza hospitalar e comunitária. METODOLOGIA: O Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) é um hospital de assistência terciária com 500 leitos. O modelo do estudo foi caso (colonizados) vs. Controle (não colonizados). No total foram realizadas 183 cirurgias cardíacas incluindo 104 pacientes com pesquisa de colonização nasal por S. aureus, operados no período de abril de 2007 a setembro de 2008. A coleta de material clínico dos pacientes foi realizada com swab estéril, 24 a 48 horas antes da cirurgia, cultivado em ágar manitol salgado. As colônias suspeitas foram identificadas como S. aureus pelo teste da coagulase e pertencentes ao fenótipo resistente à oxacilina pelo teste da difusão em gel. A vigilância epidemiológica para detecção de ISC foi realizada no período de até 30 dias após o procedimento cirúrgico com preenchimento de uma ficha com dados demográficos, clínicos e epidemiológicos do paciente. O diagnóstico microbiológico das infecções e o perfil de resistência das amostras foram obtidos no laboratório de microbiologia da UFU. O projeto foi aprovado pela comissão de ética da UFU e a análise estatística foi realizada pelo programa GraphPad Prism 5.0. RESULTADOS: As taxas de pacientes com ISC e de colonização foram: 11,5%(12104) e 28,0% (29104). No total, foram isoladas três amostras de S. aureus a partir de ISC no grupo colonizado (10,3%), com concordância quanto ao resistograma em dois pacientes (66,6%), com relação entre a colonização e infecção significativa (P=0,0201). Duas das três amostras no grupo teste (66,6%) foram de MRSA, uma com o fenótipo (não multiresistente) de origem comunitária. CONCLUSÃO: Verificou-se associação significativa nos pacientes operados entre colonização nasal e ISC por S. aureus. Embora o número de infecções por este microrganismo fosse pequeno o predomínio foi de MRSA com uma amostra presumivelmente de origem comunitária.

Agradecimentos: CAPES, FAPEMIG.


Palavras-chave:  Colonização nasal, Infecção de sítio cirúrgico, Staphylococcus aureus