25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:326-1


Área: Microbiologia Clinica ( Divisão A )

INFECÇÃO DE SÍTIO CIRÚRGICO NAS CIRURGIAS CARDÍACAS DE GRANDE PORTE EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO.

Marcília Batista de Amorim-finzi (UFU); Cláudio Ribeiro da Cunha (UFU); Paulo César Santos (UFU); Geraldo Batista de Melo (UFU); Paulo Pinto Gontijo-filho (UFU)

Resumo

INTRODUÇÃO: As ISC são complicações freqüentes que podem ter resultados devastadores quando de cirurgias cardíacas de grande porte. OBJETIVO: Investigar a taxa de incidência de ISC em cirurgias cardíacas, incluindo principalmente revascularização miocárdica e prótese valvar, bem como a sua etiologia e fatores de risco. METODOLOGIA: O Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com 500 leitos, oferece assistência terciária. O modelo de estudo foi caso (infectados) vs. controle (não infectados) e a vigilância epidemiológica realizada pela busca ativa dos pacientes infectados, através de consulta aos prontuários de pacientes operados, no período de janeiro de 2006 a julho de 2009. Uma ficha individual foi preenchida com dados demográficos, clínicos e epidemiológicos. Os dados microbiológicos foram obtidos no laboratório de microbiologia clínica do hospital. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da UFU e a análise estatística foi realizada pelo programa GraphPad Prism 5.0. RESULTADOS: No total, 435 pacientes sofreram cirurgia cardíaca, dos quais 49 (11,3%) desenvolveram ISC, com detecção de 59 episódios, isto é uma taxa de IH de 13,5%. Entre os 53 episódios de ISC, em que foi possível a classificação das ISC, a maioria (93%) foram incisionais, com apenas quatro (7,5%) episódios de mediastinite. Os seguintes fatores de risco foram significativamente associados a estas infecções: índice de massa corporal (IMC) (P<0,0001) e Diabetes mellitus (P<0,0029). O procedimento cirúrgico mais realizado foi a Revascularização Miocárdica (CRM) (67,3%), seguindo-se a prótese valvar (14,3%). Verificou-se critérios microbiológicos em 54 (91,5%) episódios com predominância na etiologia de bacilos Gram negativos (BGN) (66,6%) representados por Enterobacteriacea (80,5%) e não fermentadores (19,5%), com S. aureus respondendo por apenas 22,2%, correspondendo o MRSA, com duas amostras (16,6%) multiresistentes e oito (66,6%) com características fenotípicas de Comunidade Adquirida-MRSA (CA-MRSA). Observou-se isolados multiresistentes aos antibióticos (BGN – 2436 (69,0%), Staphylococcus aureus - 212 (16,6%)). A freqüência de infecções mistas nas ISC foi 17,0%. CONCLUSÃO: Ao contrário da literatura verificou-se uma predominância de ISC por BGN (66,6%), destacando-se frequência de S. aureus expressiva (66,6%) com características fenotípicas de CA-MRSA. A obesidade e Diabetes mellitus foram fatores de risco associados às ISC.

Agradecimentos: CAPES, FAPEMIG.


Palavras-chave:  Infecção, cirurgias cardíacas, sítio cirúrgico