25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:318-2


Área: Ecologia Microbiana ( Divisão I )

DETECÇÃO DOS GENES FUNCIONAIS ALK E ARHD EM AMOSTRAS DE SEDIMENTO DE UMA ÁREA DE MANGUE NA REGIÃO DE BERTIOGA-SP.

Daniella Vilela Lima (USP); Itamar Soares de Melo (EMBRAPA); Vivian Helena Pellizari (USP)

Resumo

O Mangue constitui um ecossistema de transição entre os ambientes terrestre, marinho e de água doce e no Brasil a sua distribuição é uma das maiores do mundo, também contemplada com uma rica diversidade. Apesar de constituírem Área de Preservação Permanente o impacto sofrido pelos manguezais tem ocorrido principalmente pela implantação de pólos petroquímicos em regiões próximas a esses ecossistemas. Os hidrocarbonetos antrópicos são um dos principais grupos de poluentes encontrados nessas regiões e suas principais fontes estão associadas à exploração, produção e transporte de petróleo.

A degradação dos hidrocarbonetos pode ser iniciada pela ação de diferentes enzimas presentes em diversas espécies bacterianas. As enzimas alcano-monoxigenases, codificadas pelo gene alk, participam das vias de degradação dos hidrocarbonetos alifáticos (n-alcanos), enquanto as dioxigenases - ARHDs (Aromatic Ring Hydroxylases Dioxygenases) estão envolvidas na degradação de compostos aromáticos e PCBs.

A presença destes genes pode representar a capacidade de atenuação natural pelas comunidades autóctones no mangue.

O objetivo deste estudo foi a detecção dos genes funcionais alk e ARHD em amostras do sedimento de uma região de Mangue da cidade de Bertioga-SP, anteriormente impactada por um derrame de petróleo.

Amostras de sedimento (10g) de três diferentes pontos foram coletadas a uma profundidade de 0-10cm em três períodos distintos de 2008 a 2009.  As amostras foram submetidas a extração de DNA total e reação de PCR, em que foram utilizados dois conjuntos de primers degenerados para a detecção dos gene alk e ARHD.

Neste estudo o gene ARHD foi detectado em todos os pontos analisados e a presença do gene alk foi observada em dois dos pontos de coleta. Como conclusão, os resultados indicam a presença de microrganismos capazes de degradar hidrocarbonetos alifáticos/aromáticos e evidenciam o papel ecológico das bactérias presentes neste ecossistema de Mangue. A técnica de Stable Isotope Probing (SIP), que utiliza substratos marcados com isótopos estáveis, está sendo utilizada para identificar os microrganismos, incluindo os não cultivados,  metabolicamente ativos na comunidade microbiana in situ.


Palavras-chave:  Genes funcionais alk e ARHD, Degradação de hidrocarbonetos, Mangue