Introdução
Ecossistemas florestais dependem da comunidade microbiana do solo para converter nutrientes da biomassa da planta e matéria orgânica do solo para os reservatórios minerais, usados principalmente pelas plantas. Entre os sistemas nativos presentes no sudoeste da Amazônia brasileira, destacam-se a floresta aberta ombrófila amazônica, que cobre quase a totalidade da região norte e o Cerrado, forma brasileira da formação vegetal denominada savanas, que apresenta-se com fisionomias diversas, segundo graduação estrutural que vai do tipo arbóreo aos tipos herbáceos-arbustivos.
O objetivo deste estudo foi determinar a dinâmica da biomassa microbiana, considerando sua quantidade e atividade nos diferentes sistemas nativos observados na região sudoeste da Amazônia brasileira.
Material e Métodos
A amostragem foi realizada nos estados de Mato Grosso e Rondônia, nas áreas nativas representadas por Floresta, Cerradão e Cerrado.
Amostras de 5 g de solo foram pré-incubadas por 3 dias em frascos fechados, e após este período foram incubados nos mesmos frascos hermeticamente fechados por 8 horas para avaliação da produção de CO2 por meio de um analisador de gás infravermelho. As amostras foram submetidas ao método da fumigação-extração, para determinação da biomassa microbiana. Para determinação do Cmic, os extratos foram analisados quanto ao teor de C orgânico. Para determinação do Nmic, os extratos foram submetidos ao método da Ninhidrina.
Os dados físicos e químicos do solo foram retirados da base de dados do projeto temático. A análise da variância foi utilizada para determinar a diferença entre os usos de terra analisados. As amostras também foram submetidas a análise variável canônica, a classificação de uso de terra utilizada.
Resultados e Discussão
Os maiores índice de biomassa microbiana e RB presentes em Florestas podem estar relacionados à maior produção de serapilheira neste bioma. A taxa na qual os nutrientes são liberados depende de vários fatores, como a composição química da serapilheira, a natureza estrutural do nutriente na matriz da serapilheira e a disponibilidade de fontes de nutrientes externos, além de variáveis macro e microclimáticas e atividade biótica.
A análise canônica demonstrou que os dados físico-químico e biológicos tiveram grandes sucesso na separação, sendo as três áreas nativas diferenciadas. O CV1 explica 60,9% da variabilidade observada, enquanto o CV2 explica 39,1%, sendo os principais atributos para a separação pH, Cmic e respiração basal.
Conclusões
De forma geral, os resultados mostram que os parâmetros microbiológicos podem ser utilizados como potenciais indicadores das diferenças entre os sistemas nativos encontrados na Amazônia brasileira.