BIOPROSPECÇÃO DE LEVEDURAS COM POTENCIAL PARA BIORREMEDIAÇÃO DE DERIVADOS DE PETRÓLEO E DE MERCÚRIO E CROMO.

Mônica de Oliveira Viana (FIOCRUZ); Jane da Costa Valentim Rego (FIOCRUZ); Rafael de Souza Barbosa (UNIABEU); Renata Corrêa Heinen (FIOCRUZ); Elvira Carvajal (UERJ); Adriana Sotero-martins (FIOCRUZ)

A Baía de Guanabara é um ecossistema extremamente produtivo, porém grande quantidade e diversidade de poluentes são lançados diariamente em suas águas. Dentre os resíduos industriais descarregados estão a carga de óleo e resíduos contendo metais pesados que comprometem seriamente sua fauna e flora e a saúde pública. Dentre os metais, destacam-se o mercúrio e o cromo. O mercúrio inorgânico presente na água e sedimentos por ser convertido em metilmercúrio, sendo bioacumulado na cadeia alimentar. O cromo possui as indústrias de galvanoplastia, corantes e curtumes como fontes geradoras. A poluição decorrente do derramamento de petróleo e seus derivados têm sido um dos principais problemas na baía.O tratamento dos efluentes é importante à preservação do ambiente, métodos e processos que conjuguem baixo custo e uma alta remoção dos metais pesados estão sendo incentivados.  Alguns microrganismos possuem potencial biotecnológico para remediação de ambientes contaminados e estão sendo investigados. Cepas de leveduras isoladas da água, areia seca e areia úmida de praias, que sofrem grandes impactos da Baía de Guanabara foram testadas quanto ao seu potencial de emulsificação e resistência a metais pesados (cromo e mercúrio). Os microrganismos foram crescidos em meio YPD por 24 horas a 29°C, e o crescimento acompanhado a 600nm até 1 D.O.  41 culturas contendo 6 mL de óleo diesel e 4 mL da cultura em tubos de ensaios de 10 mL rosqueados, em duplicata, foram avaliadas quanto ao percentual de emulsificação. Após 24 horas a 29ºC, a taxa de emulsificação foi dada pela porcentagem da altura da camada de emulsão dividida pela altura total da coluna líquida (mm). Para os testes de resistência a metais pesados foram testadas 20 cepas, expostas a diferentes concentrações dos metais (de 0,5mg/L a 2,0mg/L) em meio YPD sólido. O crescimento foi avaliado após 24 horas, e 48 horas. Das cepas testadas quanto a capacidade de emulsificação, 50% apresentaram atividade emulsificante, com índice de emulsão maior ou igual a 0,5. Todas as cepas testadas apresentaram resistência ao mercúrio em 2,0 mg/L. Essas apresentaram sensibilidade ao cromo, com resistência apenas a 0,5 mg/L . Nas condições analisadas foram identificados microrganismos com potencial para uso em processos de biorremediação de derivados de petróleo e dos metais mercúrio e cromo.
Apoio: CNPq – Processo 577432/2008-7