25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:307-2


Área: Microbiologia Veterinária ( Divisão G )

CARACTERIZAÇÃO MOLECULAR E FENOTÍPICA DE ESTIRPES DE ESCHERICHIA COLI PRODUTORAS DE SHIGA-TOXINA (STEC) NÃO-O157 DE AMOSTRAS ISOLADAS DE FEZES E CARCAÇAS BOVINAS.

Simone Miyashiro (IB); Aline Feola de Carvalho (IB); Alessandra F. C. Nassar (IB); Lúcia Baldassi (IB)

Resumo

Escherichia coli produtoras de shiga-toxina (STEC) são patógenos que podem causar doenças no homem, variando desde uma diarréia leve a casos mais complicados como síndrome urêmica hemolítica. Seu principal fator de virulência são proteínas citotóxicas que são ativas em células Vero (stx1 e stx2), cujo principal reservatório é o bovino. No presente estudo, objetivou-se determinar a ocorrência de STEC em intestinos e carcaças de bovinos saudáveis levados ao abate em matadouro do estado de São Paulo, e comparar suas características fenotípicas e moleculares. A partir de 100 suabes retais e 100 suabes de carcaça, foram isoladas e identificadas 326 estirpes de Escherichia coli (163 de amostras retais e 163 de amostras de carcaça). Pela PCR, observou-se ausência de ambos os genes stx1 e stx2 em 65,64% das estirpes isoladas, tanto provenientes do reto quanto da carcaça. Todos os isolados submetidos à PCR para detecção dos genes das toxinas stx1 e stx2 foram identificados molecularmente como não-O157, e posteriormente, todas essas estirpes foram fenotipificadas pelo teste da citotoxicidade em células Vero, considerando-se positivas as estirpes que apresentaram efeito citopático a partir da diluição 1:8. A presença de pelo menos um dos dois genes stx pesquisados, teve distribuição estatisticamente significante de acordo com a origem da amostra, tendo sido detectado stx1 e/ou stx2 em 69/163 (42,33%) estirpes isoladas a partir dos suabes retais e 43/163 (35,83%) das estirpes isoladas dos suabes de carcaças. Dessas, 26/112 (23,22%) estirpes continham o gene stx1; 56/112 (50%) o gene stx2; e 30/112 (26,78%) continham ambos os genes. Ao teste de citotoxicidade, 17 (70,83%) estirpes que portavam o gene stx1 foram positivas, assim como 42 (80,76%) com o gene stx2 e 22 (78,57%) para ambos os genes. Os resultados reforçam o papel do bovino como reservatório de STEC, sendo necessária a adoção de medidas efetivas para a prevenção da contaminação de produtos animais destinados ao consumo humano. Além disso, concluímos que independente da presença de apenas um dos genes ou ambos, a maioria das estirpes STEC expressou as toxinas, sendo, portanto, a detecção dos genes destas toxinas por PCR um importante indicativo do potencial patogênico da Escherichia coli.


Palavras-chave:  Escherichia coli, STEC, bovinos, citotoxinas