Chrysopogon zizanioides,
conhecida como vetiver, é uma planta medicinal com propriedades aromáticas,
representante da família Poaceae. Esta planta se adapta facilmente a variações
climáticas, além de apresentar um crescimento rápido e raízes fisicamente
resistentes. O vetiver tem importância comercial e pode ser utilizado em várias
áreas como: i) aplicação do óleo essencial extraído de suas raízes na indústria
de perfumaria e na aromaterapia; ii) na contenção de solo em áreas inclinadas,
evitando a erosão; iii) como pesticida natural; iv) na fitorremediação de solos
contaminados com metais pesados; v) utilização das folhas para construção de
casas rústicas, para artesanato, e na ornamentação de jardins. Vários genótipos
de vetiver são utilizados na produção de óleo essencial e é sabido que a
composição e a quantidade do óleo produzido nas raízes de vetiver podem variar
conforme a comunidade microbiana associada a elas. Entretanto, muito pouco se
sabe sobre a comunidade bacteriana associada à rizosfera e às raízes do vetiver,
variedade RAROS, cultivado no nordeste do Brasil. Por isso, nesse trabalho, pretendemos
analisar através de métodos moleculares a diversidade desta comunidade presente
na raiz e na rizosfera de vetiver - variedade RARO’S - 3, 6 e 12 meses após o
plantio. Com isso, poderemos determinar se há uma variação da comunidade
bacteriana ao longo do tempo de crescimento do vetiver e se esta comunidade
varia dependendo de sua localização na planta (rizosfera x interior da raiz).
Assim, o DNA das raízes previamente esterilizadas e do solo rizosférico foi
extraído, amplificado por PCR utilizando-se iniciadores baseados no gene que
codifica o rRNA 16S e submetido à eletroforese em gel com gradiente
desnaturante (DGGE). Os perfis de bandas gerados no DGGE foram analisados e foi observado
que a comunidade bacteriana varia conforme a idade da planta e também que esta
é dependente da localização na planta. Os perfis oriundos do DNA extraído das
raízes parecem apresentar uma maior diversidade quando comparados com os da
rizosfera. Algumas bandas encontradas em todos os perfis provenientes da raiz parecem
ser estáveis ao longo do crescimento da planta e poderiam estar relacionadas
com a presença do óleo produzido por vetiver.