25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:267-1


Área: Ecologia Microbiana ( Divisão I )

AVALIAÇÃO IN VITRO DO POTENCIAL PROBIÓTICO DE BIFIDOBACTÉRIAS DA MICROBIOTA FECAL HUMANA

Tássia Costa Souza (UFMG); Cristiane Coscarelli Salum (UFMG); Heloísa Cátia Alves dos Santos (UFMG); Danielle Alves Gomes (UFMG); Jacques Robert Nicoli (UFMG)

Resumo

A microbiota intestinal produz vários efeitos benéficos à saúde, existindo um grande interesse na modulação desta com o uso de probióticos. Dentre as características desejadas para um probiótico tem-se: proteger o hospedeiro contra patógenos pela secreção de substâncias antagonistas e, não apresentar mecanismos transmissíveis de resistência a antimicrobianos. Este trabalho avaliou in vitro a produção de substância inibitória difusível contra alvos patogênicos e o perfil de susceptibilidade a antimicrobianos de 4 bifidobactérias. Bifidobacterium bifidum, B. breve, B. longum e B. pseudolongum foram isoladas da microbiota fecal de crianças sadias de Salvador e identificadas por PCR Multiplex. O efeito antagonista foi avaliado pelo método de difusão em camada dupla em ágar MRS como meio de produção e BHI semi-sólido suplementado como sobrecamada. A susceptibilidade a antimicrobianos foi determinada como concentração inibitória mínima (CIM) em ágar Brucella suplementado com vitamina K1 e hemina. Todas as bifidobactérias produziram substâncias inibitórias contra cepas de referência de Escherichia coli, Salmonella sonnei, Shigella flexneri, Vibrio cholerae, Listeria monocytogenes, Salmonella Typhimurium, Bacillus cereus, Clostridium difficile e Clostridium perfringens Tipo A. O crescimento de S. Typhi foi inibido por B. breve, B. longum e B. pseudolongum, e de Enterococcus faecalis inibido por B. longum e B. pseudolongum. Baseado nos valores da CIM, todas as bifidobactérias foram sensíveis à penicilina G, piperacilina e cloranfenicol. B. breve foi resistente a cefoxitina e metronidazol (MIC = 64 e MIC = 256 μg/mL, respectivamente), B. bifidum resistente a metronidazol (MIC ≥ 512 μg/mL) e B. pseudolongum resistente a tetraciclina (MIC = 64,0 μg/mL). B. longum foi sensível a todos os antibióticos testados. Neste trabalho, B. longum parece ser mais apropriado para uso como probiótico, por apresentar melhor potencial de inibição e ser sensível aos antimicrobianos testados.


Apoio: CNPq e FAPEMIG


Palavras-chave:  bifidobactérias, probiótico, antagonismo, CIM