25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:255-2


Área: Microbiologia Clinica ( Divisão A )

SOBREVIVÊNCIA DE PATÓGENOS NOSOCOMIAIS EM TECIDO NATURAL E SEMI-SINTÉTICO.

Carolina Beres (IMPPG - UFRJ); Nathália Corrêa Chagas de Souza (IMPPG - UFRJ); Juliana Cristina Ferrigno (IMPPG - UFRJ); Letícia Marques de Souza (IMPPG - UFRJ); Antônio Carlos dos Santos (IMPPG - UFRJ); Nadia Suely de Oliveira Lorena (IMPPG - UFRJ); Marlei Gomes da Silva (IMPPG - UFRJ); Rafael Silva Duarte (IMPPG - UFRJ); Marco Antônio Lemos Miguel (IMPPG - UFRJ)

Resumo

  A sobrevivência de microrganismos de importância em tecidos é muitas vezes negligenciada na área de saúde. Entretanto, frequentemente profissionais de saúde são encontrados circulando em vias públicas e restaurantes utilizando jalecos ou similares. Neste contexto, o objetivo deste trabalho foi estudar a sobrevivência de microrganismos de importância médica em tecido de algodão e semi-sintéticos. Para isto, 2 x 106 UFC de culturas de Mycobacterium tuberculosis (ATCC 27294), Mycobacterium abscessus (ATCC 19977), Klebsiella pneumoniae e Acinetobacter sp. (ambas isoladas de infecção hospitalar), Escherichia coli (ATCC 25922), Pseudomonas aeruginosa (ATCC 442) e Enterococcus faecium (ATCC 29212) foram inoculadas em fragmentos de tecidos com área de 4 cm2. Estes foram estocados em tubos à 25º C. Em diferentes intervalos unidades contendo os fragmentos foram homogeneizados em caldo BHI e plaqueados no mesmo meio sólido. Para micobactérias a análise envolveu a diluição em salina com 0,04% de Tween 80, homogeneização com pérolas de vidro e inóculo em agar Löwenstein-Jensen. Uma análise por microscopia eletrônica de varredura (MEV) foi realizada para a observação da estrutura dos tecidos e sua interação com alguns patógenos. Os resultados obtidos mostraram que a viabilidade dos microrganismos diminui mais rapidamente em tecido de algodão, quando comparados com o tecido sintético, exceto para Pseudomonas. No tecido de algodão, K. pneumoniae e Acinetobacter, persistiram por 3 meses seguidos por P. aeruginosa (2 meses). Em tecido sintético K. pneumoniae e Acinetobacter foram detectados após 5 meses e P. aeruginosa 3 meses. Apresentando maior viabilidade no tecido sintético que no tecido natural. E. coli e E. faecium persistiram por 6 dias em ambos os tecidos. Em relação a M. tuberculosis e M. abscessus, não foi observado decréscimo na contagem nos primeiros 15 dias de análise. Apenas após 75 dias pode-se observar uma diminuição da contagem de microrganismos. Os resultados mostraram que não há redução significativa dos microrganismos ao longo de uma jornada de trabalho de 8 horas, sugerindo um potencial risco de difusão de microrganismos de ambientes hospitalares para a comunidade através da vestimenta de visitantes e principalmente profissionais da área de saúde.


Palavras-chave:  nosocomiais, patógenos, tecido