Área: Microbiologia Clinica ( Divisão A ) SOBREVIVÊNCIA DE PATÓGENOS NOSOCOMIAIS EM TECIDO NATURAL
E SEMI-SINTÉTICO. Carolina Beres (IMPPG - UFRJ); Nathália Corrêa Chagas de Souza (IMPPG - UFRJ); Juliana Cristina Ferrigno (IMPPG - UFRJ); Letícia Marques de Souza (IMPPG - UFRJ); Antônio Carlos dos Santos (IMPPG - UFRJ); Nadia Suely de Oliveira Lorena (IMPPG - UFRJ); Marlei Gomes da Silva (IMPPG - UFRJ); Rafael Silva Duarte (IMPPG - UFRJ); Marco Antônio Lemos Miguel (IMPPG - UFRJ)
Resumo
A sobrevivência de microrganismos de importância em tecidos é muitas
vezes negligenciada na área de saúde. Entretanto, frequentemente profissionais
de saúde são encontrados circulando em vias públicas e restaurantes utilizando
jalecos ou similares. Neste contexto, o objetivo
deste trabalho foi estudar a sobrevivência de microrganismos de importância
médica em tecido de algodão e semi-sintéticos. Para isto, 2 x 106
UFC de culturas de Mycobacterium tuberculosis (ATCC
27294), Mycobacterium abscessus (ATCC
19977), Klebsiella pneumoniae e
Acinetobacter sp. (ambas isoladas de
infecção hospitalar), Escherichia coli (ATCC
25922), Pseudomonas aeruginosa (ATCC
442) e Enterococcus faecium (ATCC
29212) foram inoculadas em fragmentos de tecidos com área de 4 cm2. Estes
foram estocados em tubos à 25º C. Em diferentes intervalos unidades contendo os
fragmentos foram homogeneizados em
caldo BHI e plaqueados no mesmo meio sólido. Para
micobactérias a análise envolveu a diluição em salina com 0,04% de Tween 80,
homogeneização com pérolas de vidro e inóculo em agar Löwenstein-Jensen. Uma
análise por microscopia eletrônica de varredura (MEV) foi realizada para a
observação da estrutura dos tecidos e sua interação com alguns patógenos. Os resultados obtidos mostraram que a
viabilidade dos microrganismos diminui mais rapidamente em tecido de algodão,
quando comparados com o tecido sintético, exceto para Pseudomonas. No tecido de algodão, K.
pneumoniae e Acinetobacter, persistiram por 3 meses seguidos por
P. aeruginosa (2 meses). Em tecido sintético K. pneumoniae e Acinetobacter foram detectados após 5
meses e P. aeruginosa 3 meses. Apresentando maior viabilidade no tecido
sintético que no tecido natural. E. coli e E. faecium persistiram por 6 dias em ambos os tecidos. Em relação a M. tuberculosis e M. abscessus, não foi observado decréscimo
na contagem nos primeiros 15 dias de análise. Apenas após 75 dias pode-se
observar uma diminuição da contagem de microrganismos. Os resultados mostraram
que não há redução significativa dos microrganismos ao longo de uma jornada de
trabalho de 8 horas, sugerindo um potencial risco de difusão de
microrganismos de ambientes hospitalares para a comunidade através da
vestimenta de visitantes e principalmente profissionais da área de saúde. Palavras-chave: nosocomiais, patógenos, tecido |