25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:254-1


Área: Microbiologia Clinica ( Divisão A )

RESISTÊNCIA AOS ANTIMICROBIANOS EM MENINGITE CAUSADA POR ACINETOBACTER SPP.

Talita Coelho de Souza (UFRJ); Joice Neves Reis Pedreira (UFBA); Natacha Martins (UFRJ); Neide Oliveira Silva (SESAB); Rubens Clayton da Silva Dias (UFRJ); Ianick Souto Martins (UFRJ); Beatriz Meurer Moreira (UFRJ)

Resumo

Infecção do sistema nervoso central por Acinetobacter spp. resistente a múltiplos antimicrobianos representa um desafio terapêutico. O presente estudo teve como objetivo investigar a prevalência de resistência aos antimicrobianos e determinar a presença do gene blaOXA23 em amostras de Acinetobacter spp. relacionadas à meningite. Foram caracterizadas 36 amostras com identificação preliminar de Acinetobacter sp. obtidas consecutivamente de pacientes com meningite atendidos em um hospital geral público, com 101 leitos, localizado na cidade de Salvador, entre 07/2002 e 06/2008. As amostras foram recuperadas de líquor. A identificação no gênero foi realizada por meio de testes bioquímicos, e em espécies, por meio da análise de uma sequência do gene rpoB. A resistência aos antimicrobianos foi determinada por disco-difusão para amicacina (AMI), ampicilina/sulbactan (AMS), cefepima (CPM), ceftazidima (CAZ), ciprofloxacino (CIP), gentamicina (GEN), imipenem (IMP), meropenem (MER), piperaciclina/ tazobactam (PTZ), trimetoprim/ sulfametoxazol (SXT) e tobramicina (TBM), e determinação da concentração mínima inibitória (CMI) para colistina (CL) (Clinical and Laboratory Standards Institute). A presença do gene blaOXA23 foi investigada por PCR. Em 36 (100%) amostras foi confirmado o gênero Acinetobacter, sendo 32 (89%) A. baumannii, 2 (5%) Gen. sp. 13TU, 1 (3%) Gen. sp. 15TU e 1 (3%) A. ursingii. A resistência aos antimicrobianos revelou dois padrões distintos. O padrão (i) incluiu as 11(31%) amostras obtidas entre 07/2002 e 10/2005: todas foram susceptíveis ao IMP, MER e CL; 6(55%) apresentaram resistência à AMI, 2(18%) à AMS, 3(27%) ao CPM, 5(46%) ao CAZ, 2(18%) ao CIP, 4(36%) à GEN, 3(27%) à PTZ, 9(82%) ao SXT e 3(27%) à TBM. O padrão (ii) incluiu as 25(69%) amostras obtidas entre 05/2006 e 06/2008: 19(76%) foram resistentes à AMI, 14(56%) à AMS, 22(88%) ao CPM, 21(84%) à CAZ, 22(88%) ao CIP, 12(48%) à GEN, 19(76%) ao IMP, 20(80%) ao MER, 21(84%) à PTZ, 20(80%) ao SXT, 10(40%) à TBM e 1(4%) à CL. As diferenças foram significativas para AMS, CPM, CAZ, CIP, IMP, MER e PTZ (p< 0,05). O gene blaOXA23 foi detectado em 18 (50%) amostras de A. baumannii, todas do padrão (ii). Resistência aos antimicrobianos é um fenômeno em franca ascensão em meningite por Acinetobacter spp.


Palavras-chave:  Acinetobacter, Meningite, Resistência aos antimicrobianos