25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:233-2


Área: Microbiologia Geral e Meio Ambiente ( Divisão L )

REMOÇÃO DE DIURON POR GANODRMA LUCIDUM EM CULTIVOS LÍQUIDOS E EM ESTADO SÓLIDO

Jaqueline da Silva Coelho (UEM); Adriana Zilly (UEM); Cristina Giatti Marques de Souza (UEM); Adelar Bracht (UEM); Rosane Marina Peralta (UEM)

Resumo

Grande parte dos pesticidas utilizados na agricultura tem como princípio ativo compostos tóxicos e recalcitrantes que se acumulam no ambiente provocando contaminações ambientais e humanas. Diuron é um herbicida perigoso ao meio ambiente amplamente utilizado no Brasil principalmente em culturas de cana-de-açúcar. A biorremediação é uma alternativa aos métodos convencionais de remoção de compostos perigosos do ambiente que faz uso de microrganismos como agentes de degradação. Os fungos basidiomicetos têm sido aplicados em diversos estudos de biorremediação devido à sua capacidade em produzir altas quantidades de enzimas ligninolíticas de caráter inespecífico que são capazes de atacar a estrutura química de compostos xenobióticos degradando-os ou diminuindo sua toxicidade. Ganoderma lucidum é um cogumelo medicinal com alto potencial em produzir tais enzimas. A remoção do herbicida diuron por G. lucidum em cultivos líquidos e em estado sólido utilizando sabugo de milho como substrato foi avaliada neste trabalho. Os cultivos com sabugo de milho moído e solução mineral permaneceram em estufa a 28±2 ºC por até 10 dias. A quantidade de herbicida residual foi avaliada por HPLC. Apesar da aparente inibição do crescimento causada por diuron, o herbicida elevou principalmente a atividade da enzima lacase em ambos os tipos de cultivo. Nos cultivos líquidos, a atividade de lacase atingiu o máximo de 1385 U/L utilizando 0,1 mM de diuron e a enzima manganês peroxidase foi induzida cerca de duas vezes. Em estado sólido, G. lucidum produziu altos níveis de ambas as enzimas e suportou concentrações mais elevadas de herbicida. Na presença de 0,6 mM de diuron, a atividade de lacase foi consideravelmente induzida (1980 U/L), porém a produção de manganês peroxidase não foi significativamente alterada (p>0.05). Após 10 dias de cultivo, as análises de herbicida residual mostraram que os cultivos sólidos foram mais eficientes na remoção do herbicida, onde a quantidade de diuron presente nos extratos foi menor que 40% enquanto que nos extratos dos cultivos líquidos esta quantidade foi maior do que 80% do total inicialmente adicionado. Estes resultados sugerem que as enzimas ligninolíticas de G. lucidum podem ter uma importante função na degradação de diuron, o que contribui para o desenvolvimento de programas eficientes de biorremedição. CAPES/UEM


Palavras-chave:  biodegradação, Ganoderma lucidum, herbicidas, enzimas ligninolíticas, Diuron