25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:216-2


Área: Microbiologia Clinica ( Divisão A )

ANÁLISE DA PRODUÇÃO DE BIOFILME EM MRSA CARREANDO SCCMEC TIPO IV.

Luciane Cristina Gelatti (UFCSPA); Odelta Santos (UFCSPA); Renan Rangel Bonamigo (UFCSPA); Ana Paula Guedes Frazzon (UFRGS); Pedro Alves D'azevedo (UFCSPA)

Resumo

Introdução: Staphylococcus aureus é reconhecido como importante causador de infecções hospitalares e comunitárias em todas as regiões do mundo. Vários fatores de virulência (a cápsula, os peptideoglicanos, o ácido teicóico, as adesinas, a proteína A, hemolisinas, proteases, toxinas estafilocócicas e as exoproteínas) podem contribuir para sua habilidade de causar doenças, promovendo sucesso na sua instalação, desenvolvimento e manutenção no tecido do hospedeiro. A produção de "slime" ou biofilme por isolados de S. aureus é um processo complexo, que confere ao microrganismo a capacidade de aderência as superfícies de plásticos e sua autoagregação, facilitando a colonização e permanência no hospedeiro. Outra problemática observada nestes isolados é a resistência aos efeitos dos agentes antimicrobianos quando comparados com as células bacterianas livres, devido à formação de uma barreira mecânica.

Materiais e métodos: Sete isolados bacterianos de MRSA, caracterizados por reação em cadeia da polimerase (PCR) como portadores do SCCmec tipo IV, pertencentes ao Banco de Microrganismos do Laboratório de Cocos Gram-positivos da UFCSPA foram estudados. A determinação da habilidade de formação de biofilme foi realizada em microplacas estéreis de poliestireno inerte de fundo chato, contendo 96 poços. Uma suspensão bacteriana de cada isolado foi aplicada em 8 poços da placa contendo o meio Tryptic Soy Broth Agar (TSB) suplementado com glicose a 1%. A densidade óptica (DO) foi determinada em 492nm em leitora de ELISA (Asys Expert) e as amostras foram classificadas em não formadores, fracamente, moderadamente ou fortemente formadores de biofilme.

Resultados: Todos os isolados de MRSA tipo IV foram capazes de produzir biofilme sobre a superfície lisa de poliestireno inerte. Segundo os critérios utilizados neste estudo, 4 (57,1%)  das 7 amostras testadas foram classificadas como fortemente formadores de biofilme, 2 (28,5%) moderadamente  e 1 (14,4%) isolado como fraco formador de biofilme.

Conclusão: Os resultados obtidos no presente estudo demonstram mais uma habilidade atribuída a este microrganismo, que em conjunto com outros fatores de virulência são responsáveis por infecções crônicas, graves e persistentes.

Apoio financeiro: UFCSPA, UFRGS, IPA e CNPq.


Palavras-chave:  Staphylococcus aureus, MRSA, Biofilme