25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:216-1


Área: Microbiologia Clinica ( Divisão A )

STAPHYLOCOCCUS AUREUS COM PERFIL DE SENSIBILIDADE COMPATÍVEL AO CA-MRSA NO SUL DO BRASIL.

Luciane Cristina Gelatti Gelatti (UFCSPA); Fernanda Matsiko Inoue Inoue (UNIFESP); Mirian Silva do Carmo Carmo (UNIFESP); Renan Rangel Bonamigo Bonamigo (UFCSPA); Fernanda Marques Castrucci Castrucci (UNIFESP); Ana Paula Becker Becker (UFCSPA); Antonio Carlos Campos Pignatari Pignatari (UNIFESP); Pedro Alves D' Azevedo D' Azevedo (UFCSPA)

Resumo

Introdução: Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA) representa um importante patógeno relacionado a infecções hospitalares, mas também têm sido associado a infecções de pele e tecidos moles adquiridas na comunidade. Há escassez de dados referentes à identificação e prevalência dessas infecções de CA-MRSA no Brasil. Métodos: Estudo transversal, com 104 pacientes com piodermites de origem comunitária, atendidos no Ambulatório de Dermatologia Sanitária do Rio Grande do Sul e na Emergência do Complexo Hospitalar da Santa Casa de Porto Alegre. A caracterização fenotípica foi realizada segundo recomendações do Manual of Clinical Microbiology (2007). A análise molecular dos isolados incluiu a detecção do gene mecA, tipagem do gene SCCmec, pesquisa da toxina leucocidina de Panton Valentine, pulsed-field gel electrophoresis (PFGE) e multilocus sequence typing (MLST). Resultados: Em 104 coletas realizadas, 58 isolados de S. aureus foram obtidos e 5 (8,6 %) apresentaram perfil de resistência de CA-MRSA. Todos continham o gene mecA na PCR e amplificaram para SCCmec IV, pela metodologia de Zhang et al (2005). Três pertenciam ao subtipo IVc e apresentaram amplificação para o gene que codifica PVL, uma ao IVa  e uma ao subtipo IVd. A análise do DNA cromossômico (PFGE) revelou a presença de 2 clusters relacionados a clones internacionais (OSPC e USA300), com similaridade maior a 80% pelo coeficiente de Dice. O estudo foi complementado pela técnica de MLST e demonstrou 3 linhagens diferentes: ST30, ST8 e ST45. Este último não apresentando relação com os clones comparados no PFGE.  Conclusão: A presença de CA-MRSA reflete uma mudança na epidemiologia deste patógeno, onde isolados apresentando resistência podem ser encontrados fora do ambiente hospitalar. Este estudo adiciona novos elementos no conhecimento da biologia molecular das infecções por MRSA no sul do Brasil, apresentando cassete cromossômico tipo IV.

Apoio: UFCSPA, LEMC, IPA e CNPq.

 


Palavras-chave:  CA-MRSA, MRSA, Staphylococcus aureus