FORMAÇÃO DE BIOFILME EM AMOSTRAS DE ESCHERICHIA COLI ENTEROAGREGATIVAS DO SOROGRUPO O113

Franciele Tafarello Biscola (UNIFESP); Luis Fernando dos Santos (UNIFESP); Beatriz Ernestina Cabilio Guth (UNIFESP)

Escherichia coli enteroagregativa (EAEC) é responsável por causar infecções entéricas em várias partes do mundo, e tem sido isolada em condições clínicas diversas incluindo a diarréia persistente, e também em associação com a síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS). Amostras de E. coli do sorogrupo O113 com características fenotípicas e genotípicas de EAEC isoladas de casos de infecção humana, incluindo pacientes com AIDS, foram identificadas anteriormente. Considerando que a formação de biofilme em superfícies bióticas e abióticas pode favorecer a persistência e contaminação por diversos microrganismos, este trabalho teve por objetivos caracterizar a formação de biofilme em dez amostras de EAEC do sorogrupo O113 e tentar correlacionar a formação de biofilme com as fímbrias curli, tipo 1 e antígeno 43 (Ag43). A pesquisa de sequências genéticas para a fímbria curli (csgA e  crl), fímbria tipo 1 (fimH) e Ag43 (flu) realizada por PCR demonstrou a presença destes genes em todas as amostras, com exceção de duas amostras negativas para flu. Embora todas as amostras tenham apresentado o gene estrutural (csgA) e o regulador (crl) de curli, ensaios de expressão dessa fímbria mostraram que somente 2 amostras foram capazes de expressar curli, quando avaliada em placas contendo vermelho Congo. A capacidade de expressar a fímbria tipo 1 foi analisada utilizando-se ensaio de hemaglutinação, e um total de 8 amostras foram positivas. A capacidade de formar biofilme a 28ºC e 37ºC, quantificada em microplacas de poliestireno utilizando cristal violeta, foi identificada em 40% das amostras, em ambas as temperaturas, contudo expressão de curli foi identificada somente em uma amostra. Expressão de curli também não foi observada em 5 (50%)  das amostras capazes de formar biofilme somente a 37ºC. Porém, 4 delas expressaram fímbria tipo 1 e  outras 4 apresentaram a sequência para Ag43. Nas 5 amostras formadoras de biofilme somente a 37ºC nota-se em 4 delas uma formação de biofilme consideravelmente menor comparado as demais amostras formadoras de biofilme em ambas temperaturas. Os resultados encontrados neste trabalho mostram a capacidade de formação de biofilme por amostras EAEC do sorogrupo O113 e uma possível associação entre a formação de biofilme a 37ºC e a presença da fímbria tipo 1 e Ag43 pode ser sugerida.