25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:146-2


Área: Microbiologia Geral e Meio Ambiente ( Divisão L )

DIVERSIDADE DE BACTERIAS DEGRADADORAS DE ESTRÓGENOS E LIPÍDEOS EM SISTEMAS DE TRATAMENTOS DE EFLUENTES EM AMBIENTES TROPICAIS

Caren Vilela (IMPPG/UFRJ); Adriana Lopes dos Santos (IMPPG/UFRJ); Fernanda Azevedo (IMPPG/UFRJ); Kátia Araújo (IMPPG/UFRJ); Edir Martins (IMPPG/UFRJ); Raquel Peixoto (IMPPG/UFRJ); Alexandre Rosado (IMPPG/UFRJ)

Resumo

Vários estudos apontam que a presença de estrogênios em águas residuais tratadas é responsável pela feminilização de peixes e outros animais da fauna aquática.  Estrógenos naturais como, Estrona (E1), 17β- estradiol (E2) e estriol (E3) são secretados na forma de conjugados inativos por humanos e animais através da urina, assim como o estrógeno sintético, 17α-ethinilestradiol (EE2), principal componente da pílula anticoncepcional. Muitos desses conjugados, naturais ou sintéticos, são clivados por microorganismos durante o processo de tratamento de esgoto domestico, tornando-se então ativos.  Outro problema freqüentemente encontrado nas estações de tratamento de esgoto é a remoção dos lipídeos. A fim de melhorar a degradação de lipídios em águas residuárias, vários microorganismos, tais como Pseudomonas sp. e Bacillus sp.,  têm sido estudados quanto  a sua capacidade lipolítica. Contudo, estas estirpes nem sempre mostram a sua capacidade lipolítica devido às variações sazonais de temperatura, não degradam diferentes tipos de lipídios, e são afetadas negativamente por outras bactérias presentes nos sistemas de tratamento de esgoto.  O presente estudo tem como objetivo isolar e identificar estirpes bacterianas capazes de degradar os estrógenos E1, E2, E3 e EE2 e avaliar a atividade lipolítica desses isolados em diferentes condições de salinidade e temperatura, e na presença de outras fontes de carbono, objetivando-se desta forma reproduzir o cenário encontrado por essas bactérias nas Estações de Tratamento de Esgotos (ETEs). Foram isoladas 78 colônias a partir de amostras do Centro experimental de tratamento de esgoto da Universidade Federal do Rio de Janeiro (CETE-UFRJ), em meio LB, com características morfológicas distintas. Dessas 78, apenas 46 apresentaram crescimento continuo, e então foram submetidas à técnica de rep-PCR, empregando o iniciador BOX-A1R afim de avaliar o perfil genotípico das mesmas. Sete isolados apresentaram o mesmo perfil genotípico e então foram excluídos das analises seguintes, restando ao final, 40 isolados distintos.  Fragmentos de DNA de 10 isolados foram seqüenciados até o momento Dos isolados seqüenciados, cinco (50%) apresentaram valor igual ou inferior a 97% de similaridade com o gene rrs de espécies já descritas, sendo a maior parte classificada apenas no nível de gênero e, portanto, com probabilidade elevada de representarem espécies novas, ou seja, ainda não descritas. No momento estamos avaliando a capacidade desses isolados de degradar os hormônios descritos e bem como a diversidade de degradadoras de estrógenos e lipídeos em amostras de ETE. As bactérias degradadoras selecionadas nesse trabalho serão utilizadas na montagem de um consórcio para utilização em estudos de biorremediação de hormônios e lipídeos em ETEs.

Apoio: FINEP, CNPq, FAPERJ


Palavras-chave:  DEGRADAÇÃO, ESGOTO, ESTRÓGENOS, LIPÍDEOS