APLICAÇÃO DO ÓLEO ESSENCIAL DE MENTA PARA PREVENIR O DESENVOLVIMENTO DE COLLETROTRICHUM GLOESPORIOIDES EM FRUTOS DE MAMÃO (CARICA PAPAYA L.)

Fernanda Chaves da Silva (UFLA); Sara Maria Chalfoun (EPAMIG); Hélcio Costa (INCAPER); Deila Magna dos Santos Botelho (EPAMIG); Marcelo Claúdio Pereira (EPAMIG)

O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de frutas e o maior produtor mundial de mamão. Contudo, as doenças de pós-colheita em frutíferas são responsáveis por grandes perdas nas culturas. O uso de fungicidas é o método mais utilizado para controlar essas doenças, entretanto, há um grande debate sobre aspectos de segurança desses conservantes químicos. Por essa razão, a demanda por conservantes naturais e socialmente mais aceitáveis tem sido intensificada. Dessa forma, avaliou-se a atividade antifúngica do óleo essencial de menta in vitro e in vivo, sobre o desenvolvimento do fungo Colletotrichum gloesporioides isolado de frutos de mamão (Carica papaya L.). Para tanto, ao meio de cultura (BDA) autoclavado adicionou-se o inóculo fúngico diluído para a concentração de 6,4 x 10⁴ cel/cm³ de esporos. Após solidificação, discos de papel de filtro embebidos com 25 ml do óleo essencial de menta nas concentrações 500, 1000, 1500 e 2000 mg ml^-1 foram colocados sobre o meio de cultura e sob a tampa da placa de Petri, além da testemunha e álcool etílico como controles. Incubaram-se as placas em BOD, à de 25ºC, durante sete dias. No teste in vivo, selecionou-se a cultivar Golden, do sistema de cultivo convencional, coletado no campo da empresa Gaia, Linhares/ES. A cada bandeja de isopor contendo um fruto adicionou-se o óleo essencial de menta na concentração de 1500 mg ml^-1, selecionada pela sua eficácia in vitro, o fungicida triofanato metílico e álcool etílico, todos em um volume de 2000 ml em chumaços de algodão colocados em tampas plásticas esterilizadas. Bandejas sem adição de óleos essenciais foram utilizadas como testemunha. Observou-se que o óleo essencial de menta apresentou efeito inibitório significativo sobre o desenvolvimento micelial e esporulação in vitro e in vivo quando adicionados ao meio de cultura. Os resultados estão correlacionados, provavelmente, a composição química deste óleo essencial caracterizada por uma quantidade considerável de terpenos, como timol, com atividade antimicrobiana e também devido ao grupo das cetonas (iso-mentona, piperitona, carvona, dihydrocarvona). Além disso, pode-se inferir que o óleo essencial apresentou uma ótima habilidade de difusão no meio ágar. Verifica-se, portanto, que o óleo essencial de menta pode ser aplicado no controle de patógenos que incidem sobre frutos de mamão na fase pós-colheita.