25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:73-2


Área: Micologia Médica ( Divisão B )

CROMOMICOSE POR FONSECAEA PEDROSOI: UM CASO CRÔNICO DE 20 ANOS

Heloiza Maria da Silva Oliveira (UFPE); Raquel Jacques de Farias (UFPE); Rodrigo Assunção de Holanda (UFPE); Debora Maria Massa Lima (UFPE); Rubem Celso Brito Moraes (UFPE); Rejane Pereira Neves (UFPE); Armando Marsden Lacerda Filho (UFPE); Oliane Maria Correia Magalhães (UFPE)

Resumo

Cromomicose é uma infecção crônica, clinicamente apresenta lesões nodulares, papulosas, eritemato-descamativas e verrucosas, que acometem pele e tecido subcutâneo de homens e animais, localizadas principalmente nos membros inferiores. Os agentes etiológicos são fungos sapróbios do solo e vegetais, e a maioria dos indivíduos acometidos por esta enfermidade é do sexo masculino, devido à prática de atividades laborais agrícolas. Este trabalho tem como objetivo relatar um caso de cromomicose crônica sem resposta terapêutica aparente. Paciente do sexo masculino, 70 anos, aposentado, foi encaminhado ao Laboratório de Micologia Médica, Centro de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Pernambuco, apresentando lesão eritemato-descamativa em dorso do pé direito e zonas cicatriciais, há cerca de vinte anos. O paciente estava em tratamento há 5 anos, sendo este o terceiro acompanhamento laboratorial micológico. Escamas epidérmicas foram coletadas em placa de Petri com auxílio de bisturi e manipuladas para exame direto com KOH a 20%, e cultura em ágar Sabouraud acrescido de cloranfenicol (50 mg/L), contido em placas de Petri, incubadas a 30 ºC por 14 dias. Ao exame direto foram visualizadas estruturas celulares arredondadas de parede espessa, coloração marrom, apresentando ou não septação interna, denominadas de corpos fumagóides ou células muriformes, típicas dos agentes etiológicos de cromomicose. Em cultura, foi observado o surgimento de colônias de textura veludosa, cinza-escura e reverso negro. Após microcultivo em meio batata dextrose ágar, foram visualizadas hifas marrom-claras e três tipos de conidiogênese: Cladosporium: conidióforos de comprimento variados, eretos, escuros e ramificados; conídios uni ou bicelulares, de forma e tamanho variados; Rhinocladiella: conidióforo nodoso, com esporulação acropleurógena; Phialophora: esporulação semi-endógena, em fiálides com colarete conspícuo. Estas características identificaram o agente etiológico como Fonsecaea pedrosoi. Este relato enfatiza a importância do diagnóstico precoce para instituição de uma terapia antifúngica adequada e constante. Esta é uma das micoses de terapêutica mais difícil, considerando que os fungos possuem uma parede celular muito resistente, demandando um longo tempo de tratamento, e ocorrendo freqüentes recidivas.


Palavras-chave:  Cromomicose, Fonsecaea pedrosoi, Diagnóstico