BOTRIOMICOSE POR STAPHYLOCOCCUS SP. COAGULASE NEGATIVA

Heloiza Maria da Silva Oliveira (UFPE); Mariana da Costa Victor (LEV); Marcial José Lins da Costa (LEV); Rubem Celso Brito Moraes (UFPE); Rejane Pereira Neves (UFPE); Armando Marsden Lacerda Filho (UFPE); Oliane Maria Correia Magalhães (UFPE)

A botriomicose é uma infecção bacteriana crônica, localizada geralmente em pele e tecido subcutâneo de homens e animais, podendo disseminar-se para outros órgãos como fígado, pulmões, rins, coração, próstata e nódulos linfáticos, especialmente em pacientes debilitados. Esta doença é causada por bactérias não filamentosas, formando grãos botriomicóticos, que podem ser confundidos com os grãos actinomicóticos e eumicóticos. Este trabalho tem como objetivo relatar um caso de botriomicose. Paciente do sexo masculino, 58 anos, operador de máquinas, foi encaminhado de um laboratório particular do Recife ao laboratório de Micologia Médica do Centro de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Pernambuco, apresentando abscessos em mão esquerda, os quais exsudavam secreção purulenta. Com o auxílio de bisturi esterilizado, coletaram-se secreção e grãos da lesão, para realização de diagnóstico laboratorial. Ao exame direto, realizado com KOH a 20%, foram visualizados grãos de consistência mucilaginosa, branco-amarelados, lobulados e numerosas bactérias cocóides, características dos casos de botriomicose. Concomitantemente, o material foi semeado por estrias na superfície do meio ágar Sabouraud, ágar sangue e ágar MacConkey contido em placas de Petri, incubada a 30ºC e acompanhadas por 48 horas. Em cultura, foram obtidas colônias de bactérias cocóides, que foram identificadas como Staphylococcus sp. coagulase negativa. O paciente foi tratado com Ciprofloxacino, obtendo melhora clínica. Embora considerada uma infecção incomum, a botriomicose deve ser investigada e tratada adequadamente, sobretudo para prevenir complicações clínicas e disseminação para outros sítios anatômicos.