25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:60-1


Área: Microbiologia Veterinária ( Divisão G )

DERMATOFILOSE EM JAGUATIRICA ( LEOPARDUS PARDALIS )

Adriana Carreira Genelhá (Bichos & Cia); Jully Aoyagui (UFT); Francisco Baptista (UFT); Caroline Peters Pigatto (UFT)

Resumo

O Dermatophilus congolensis é caracterizado como uma bactéria actinomiceta Gram positiva. Sob determinadas condições, pode provocar infecção cutânea em inúmeras espécies animais. A infecção caracteriza-se por uma dermatite crostosa superficial, sendo conhecida pelo nome de dermatofilose. Os animais assintomáticos são considerados os reservatórios primários da doença. O Dermatophilus congolensis, um agente oportunista, manifesta a doença apenas quando encontra condições favoráveis a sua colonização como elevada umidade e temperatura, além de um desequilíbrio imunológico do animal. Um filhote de jaguatirica (família Felidae) foi encaminhado à clínica veterinária Bichos & Cia, Araguaína -TO, no dia 24/04/2009, após sua apreensão pela polícia ambiental na cidade de Colinas - TO. O animal, macho e com 0,900Kg, apresentava pescoço e patas com áreas alopécicas e crostosas. Aceitou leite em pó diluído em água com facilidade (administrado na mamadeira). Após o segundo dia na clínica, o animal passou a comer carne moída bovina duas vezes ao dia e a partir do quinto dia foi misturado cálcio de ostra a carne. As áreas alopécicas e crostosas do animal eram sugestivas de lesões por Dermatophilus congolensis. Para o diagnóstico da dermatofilose foram coletadas crostas e pêlos das áreas afetadas. As crostas foram picadas e misturadas a gotas de água sobre uma lâmina, depois de amolecida elas foram esmagadas e distribuídas homogeneamente por toda a lâmina. Esta material foi seco ao ar, fixado por três minutos em álcool metílico e corado por 30 minutos com corante de Giemsa. No exame microscópico direto das crostas, coradas por Giemsa foram observadas estruturas basofílicas e filamentosas morfologicamente compatíveis com Dermatophilus congolensis. O animal foi tratado com clorexidine xampu (uma vez por semana durante um mês) para dermatofilose. A jaguatirica foi encaminhada a uma chácara após vermifugação e vacinação, onde era mantida em ambiente aberto e gramado, com disponibilidade a luz solar, para sua completa reabilitação. A frequência da dermatofilose é significativa em bovinos criados na região Norte do país, por esta região ser tropical e possuir uma longa estação chuvosa. Porém, este é o primeiro relato de dermatofilose em jaguatirica no Brasil.


Palavras-chave:  animal silvestre, coloração de Giemsa, bacteriologia, medicina veterinária