25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:59-1


Área: Microbiologia Geral e Meio Ambiente ( Divisão L )

PRODUÇÃO DE BIOFILME POR BACTÉRIAS ASSOCIADAS A ESPONJAS MARINHAS

Juliana de Fátima Macedo Santos (UFRJ); Luana Guimarães (UFRJ); Guilherme Muricy (MN/UFRJ); Marcia Giambiagi-demarval (UFRJ); Marinella Silva Laport (UFRJ)

Resumo

Esponjas marinhas são organismos sésseis e filtradores, que apresentam densas comunidades de micro-organismos associados. Diversos metabólitos com atividade farmacológica têm sido isolados de esponjas e se assemelham a produtos naturais bacterianos ou pertencem às classes de substâncias típicas destes micro-organismos. Além da importância na terapêutica, bactérias associadas às esponjas têm despertado interesse em processos de biorremediação e monitoramento da contaminação de ecossistemas marinhos por metais pesados. Desta forma, com o objetivo de ampliar o conhecimento acerca do potencial biotecnológico das bactérias associadas às esponjas, estudos de avaliação da capacidade de formação de biofilme têm sido desenvolvidos por nosso grupo. Os biofilmes compreendem comunidades bacterianas associadas a superfícies envoltas por uma matriz polimérica extracelular, os quais têm sido aplicados, na área ambiental, em processos de remediação de águas residuais, degradação de recalcitrantes e hidrocultura. Por outro lado, os biofilmes marinhos têm efeitos negativos, especialmente para as indústrias marítima e pesqueira, pela redução da eficiência nas operações de embarcações, em trocadores de calor, oleodutos e outros dispositivos industriais promovendo sérios problemas, com remoção onerosa e com dispêndio de grande quantidade de tempo. Bactérias isoladas das esponjas Arenosclera brasiliensis, Cinachyrella sp., Clathrina aurea, Cliona aff. celata, Dragmacidon reticulatum, Geodia corticostylifera, Guitarra sepia, Haliclona sp., Hymeniacidon heliophila, Ircinia strobilina, Mycale microsigmatosa, Oceanapia nodosa, Paraleucilla magna, Petromica citrina, Polymastia janeirensis e Tedania ignis, coletadas no Arquipélago das Cagarras, na cidade do Rio de Janeiro, foram submetidas ao método de semi-quantificação da aderência em poliestireno. Os resultados observados foram obtidos através de um leitor de Elisa com DO570nm. Das 42 estirpes bacterianas analisadas até o momento, 10 (23,81%) se mostraram fortemente produtoras de biofilme; 12 (28,57%), moderadamente; 9 (21,43%), fracamente e 11 (26,19%) foram não produtoras. Atualmente, o número de amostras analisadas está sendo ampliado a fim de melhor caracterizar o perfil de produção de biofilme por bactérias associadas a esponjas marinhas. Assim, a caracterização da comunidade bacteriana das esponjas representa uma ferramenta para a exploração sustentável da biodiversidade marinha.


Palavras-chave:  bactérias associadas, biofilme, esponjas marinhas