ALTERAÇÕES ULTRAESTRUTURAIS EM CÉLULAS DE ASPERGILLUS FLAVUS TRATADAS COM ÓLEO ESSENCIAL DE AGERATUM CONYZOIDES

Juliana Hellmeister de Campos Nogueira (IB); Ricardo Lombardi (IB); Edlayne Gonçalez (IB); Silvia Regina Galleti (IB); Maria Helena Rossi (IB); Joana D´arc Felicio (IB)

Numerosas pesquisas têm confirmado a ação fungicida de óleos essenciais de espécies de plantas aromáticas e medicinais contra fungos toxigênicos em sistemas de meio de cultura e em alimentos, além de inibir a biossintese de micotoxinas. micotoxinas  O óleo essencial de Ageratum conyzoides (mentrasto) tem apresentado  efeito inibidor do crescimento e da produção de Aflatoxina B₁ por Aspergillus flavus em diferentes concentrações. As células fungicas dos fungos controles (0% de óleo essencial) e dos fungos tratados com as diferentes concentrações de óleo essencial: 30 mg/mL, 20 mg/mL, 10 mg/mL, 5 mg/mL, 1 mg/mL, 0,40 mg/mL, 0,20 mg/mL, 0,10 mg/mL, 0,04 mg/mL, 0,02 mg/mL e 0,01 mg/mL, foram avaliadas por microscopia eletrônica de transmissão para a visualização de sua ultra-estrutura pela técnica de inclusão em resina Spurr. Para isso pequenos fragmentos do micélio dos fungos foram fixados em solução de glutaraldeído 2,5 %, diluído em tampão fosfato 0,1 M pH 7,2, por 12 horas em temperatura de 4°C e lavados no mesmo tampão por 3 vezes. Os fragmentos foram então, fixados/contrastados in bloc e desidratados em série cetônica. Os blocos contendo o fragmento em estudo foram seccionados para a obtenção dos cortes ultrafinos em Ultramicrótomo (LKB III). Os cortes obtidos foram tratados e lavados com água destilada e depois observados em microscópio eletrônico de transmissão. As células dos fungos tratados com óleos essenciais apresentaram alterações ultra-estruturais dependente da concentração, afetando principalmente a membrana plasmática (MP), estas alterações foram mais evidentes no sistema de endomembranas, especialmente nas mitocôndrias. A avaliação do óleo essencial de Ageratum conyzoides em culturas de Aspergillus flavus mostrou que a ação do óleo essencial está relacionada a sua permeabilidade pela membrana plasmática das células do fungo. Os resultados obtidos indicam que o óleo essencial de A. conyzoides L. poderá ser utilizado para esclarecer os estudos sobre o complexo caminho biossintético da produção da aflatoxina. (FAPESP)