RELAÇÃO ANTIGÊNICA ENTRE A PROTEÍNA P RIBOSSOMAL DE PHYTOMONAS SERPENS E TRYPANOSOMA CRUZI

Priscila Mazzocchi Hiraiwa (UEL); Igor Alexandre Campos Damiani (UEL); Mariana Serpeloni (ICC); Suelen Balero de Paula (UEL); Samuel Goldenberg (ICC); Marco Aurelio Krieger (ICC); Andrea Rodrigues Avila (ICC); Phileno Pinge-filho (UEL); Lucy Megumi Yamauchi (UEL); Sueli Fumie Yamada-ogatta (UEL)

Pacientes chagásicos crônicos que apresentam a forma cardíaca da doença desenvolvem uma forte resposta imune humoral contra as proteínas P ribossomais de Trypanosoma cruzi (PribTc). Anticorpos anti-PribTc reconhecem um motivo acídico presente em receptores cardíacos β1 adrenérgicos de humanos. Há evidências de que esses anticorpos podem induzir disfunções cardíacas como arritmias e outras desordens elétricas. Trabalhos realizados pelo nosso grupo de pesquisa têm mostrado que Phytomonas serpens 15T, um parasita isolado do tomate, compartilha antígenos em comum com T. cruzi. Foram observados, um aumento de sobrevida e parasitemia diminuída, em camundongos BALB/c imunizados com P. serpens e posteriormente desafiados com T. cruzi. A imunização com P. serpens não gerou qualquer tipo de reação inflamatória no tecido cardíaco, como ocorre com a inoculação de proteínas isoladas de T. cruzi. Além disso, foi mostrado que soro de pacientes chagásicos reconhecem peptídeos que apresentam homologia com a proteína P ribossomal de P. serpens 10T. Esses resultados abrem novas perspectivas para explorar a função de proteínas P ribossomais de P. serpens (PribPs) na proteção contra a infecção por T. cruzi. Assim, a região codificante de Prib de P. serpens 15T foi inserida por recombinação homóloga no vetor pDONR221 e transferida para o vetor de expressão pDEST17, para expressão em larga escala. A sequência parcial deduzida de aminoácidos do clone pDONR/PribPs15T apresentou similaridade com as proteínas P ribossomal de T. cruzi e P. serpens 10T. PribPs15T recombinante, purificada em condições desnaturantes, foi utilizada para produzir anticorpos policlonais em camundongos BALB/c. Os anticorpos obtidos reconhecem um polipeptídeo de aproximadamente 40 kDa presente nos extratos protéicos tanto de formas promastigotas de P. serpens quanto de formas epimastigotas de T. cruzi. Além disso, esses anticorpos não reconhecem polipeptídeos presentes no extrato protéico de coração de camundongo BALB/c. Atualmente estamos analisando o papel de PribPs15T no curso da infecção experimental por T. cruzi.