Enterococos são patógenos oportunistas que podem causar uma grande variedade de doenças, como infecções no trato urinário, bacteremias e endocardites, especialmente em pacientes imunocomprometidos e hospitalizados.  Dados de vigilância de infecção hospitalar em todo o mundo têm mostrado um aumento de isolados de Enterococcus faecium resistentes à vancomicina (EVRfm). Isso se deve ao fato dessa espécie possuir uma grande facilidade de adquirir múltiplos determinantes de resistência à antimicrobianos. Neste estudo, a ocorrência de quatro determinantes de virulência em 41 EVRfm isolados de pacientes internados (colonização e infecção) e do ambiente do Hospital Universitário de Londrina, Paraná foi investigada por métodos fenotípicos e moleculares. Além de resistência à vancomicina e teicoplanina, todos os isolados apresentaram resistência a dois ou mais antimicrobianos. O genótipo vanA foi detectado em todos isolados. A prevalência dos genes analisados foi de: esp, 87,5%; efaA, 82,5%; gelE, 70%; e cylA, 65% e a presença dos quatro genes foi observado em 32,5% dos isolados. A presença de efaA foi associada a presença de esp, independentemente da origem dos isolados. Foi observada uma associação positiva com a presença de cylA e a atividade hemolítica em ágar sangue. Nenhuma associação significativa foram observadas entre os genes, gelE e a produção de gelatinase em ensaio de placa, efaA e adesão celular em células LLC-MK2, e esp e formação de biofilme em superfície de poliestireno. Mais estudos são necessários para avaliar o papel destes marcadores na patogênese de E. faecium, e essas investigações estão atualmente em curso no Laboratório de Biologia Molecular de Microrganismos da Universidade Estadual de Londrina.

Apoio: Programa de Iniciação científica da Universidade Estadual de Londrina e CNPq.