EPIDEMIOLOGIA DA TUBERCULOSE PULMONAR, ABAETÉ MINAS GERAIS NO PERÍODO DE SETEMBRO 2005 À OUTUBRO 2007

Nívia Cristine Cunha (FASF/UNISA); Lílian Noronha de Sousa E Costa (FASF/UNISA)

A tuberculose pulmonar é uma patologia infecciosa de origem bacteriana cujo agente causal é a Mycobacterium tuberculosis, esta acomete grande número de pessoas em todo o mundo, principalmente em países em desenvolvimento, pois, está intimamente relacionada ao padrão de vida da população. Na luta pela erradicação desta doença depara-se nos dias atuais com graves problemas, entre eles o abandono, o fenômeno da multidrogarresistência e o número crescente de portadores do HIV. Diante deste quadro acredita-se que o entendimento dinâmico da epidemiologia desta doença é essencial para orientar trabalhos na área da saúde de forma a combater e prevenir eficazmente este mal. Assim empreendeu-se um estudo quantitativo e qualitativo com base na análise das fichas de notificação de agravos arquivados na policlínica municipal do município de Abaeté Minas Gerais, no período de setembro de 2005 à outubro de 2007, com vistas a estabelecer os fatores epidemiológicos que caracterizam a tuberculose pulmonar na localidade. A amostra foi constítuida por nove casos, sendo 67% dos pacientes do sexo masculino e 33% feminino, a média de idade foi de 56,6 anos. A análise estatística revelou  que a prevalência e a incidência anual foram de 0, 13% e 13/100.000.  Os doentes tinham níveis baixos de escolaridade, apresentando taxas de analfabetismo de 33% e as ocupações profissionais eram consideradas de baixa qualificação, com extenso predomínio de lavradores. No relativo ao diagnóstico clínico dos casos encontrou-se padrões insatisfatórios de realização de baciloscopias e testes tuberculínicos e elevados níveis de diagnóstico puramente radiológico.  As culturas de escarro e/ou outro tipo de material não foi solicitada a nenhum dos casos. A realização do teste para o vírus HIV foi alta. O percentual de cura após tratamento foi inferior aos 85% preconizados pelo Ministério da Saúde. As taxas de abandono e óbito foram de 11%. Os agravos associados mais frequentes foram  alcoolismo e a AIDS. Os resultados do estudo apontaram para a diversidade de fatores epidemiológicos e mostrou que as dificuldades para erradicar este mal está além da terapêutica adequada. Assim, acredita-se na necessidade do desenvolvimento de novos estudos para melhorar o quadro no município.