25º Congresso Brasileiro de Microbiologia
ResumoID:39-1


Área: Microbiologia Clinica ( Divisão A )

CARACTERIZAÇÃO DO PERFIL DE SUSCEPTIBILIDADE ANTIMICROBIANA E PESQUISA DE METALO-B-LACTAMASES EM ISOLADOS CLÍNICOS DE PSEUDOMONAS AERUGINOSA

Karina Cavalcante Beltrão de Castro (UFAL); Alice Ramos Orsi (UFAL); Viviane Martha Santos de Morais (UFAL); Emmily Margate Lima Rodrigues de Barros (UFAL); Zenaldo Porfírio (UFAL); Renato Junior Cavalcante da Silva (UFAL); Flávia Soares de Lima (UFAL); Denise Wanderlei Silva (UFAL)

Resumo

Pseudomonas aeruginosa é um patógeno oportunista, frequentemente isolado em hospitais do Brasil, que possui resistência intrínseca e adquirida a vários antimicrobianos utilizados no tratamento de infecções nosocomiais. A produção de metalo-β-lactamases (MβLs) pela bactéria é um dos principais mecanismos de resistência aos carbapenens, resultando na diminuição das opções terapêuticas, além do que, a exposição prévia ao antimicrobiano pode induzir a um perfil de multirresistência, devido à seleção de sub-populações resistentes. Considerando a importância da caracterização do perfil de sensibilidade antimicrobiana em amostras clínicas para uma adequada antibioticoterapia, esse estudo teve como objetivos isolar e identificar amostras de P. aeruginosa, caracterizar o perfil de susceptibilidade antimicrobiana e realizar a pesquisa de produção de MβLs através de teste fenotípico. Foram coletadas 85 amostras em hospitais de Maceió, Alagoas, as quais foram identificadas conforme rotina laboratorial. O perfil de susceptibilidade foi avaliado através do teste de disco-difusão, seguindo pontos de corte padronizados pelo CLSI. A triagem de MβLs foi realizada em 55 amostras, através do teste de disco aproximação, utilizando EDTA e imipenem como substratos. Os espécimes clínicos mais frequentes foram obtidos de urina (29,41%), secreção traqueal (28,24%) e secreção de ferida (25,88%). Elevados graus de resistência foram reportados frente aos antimicrobianos avaliados, principalmente à ceftazidima (57,81%), à ciprofloxacina (44,44%), ao imipenem (38,1%), ao meropenem (28,57%) e ao aztreonam (28,75%). Em 57,6% das cepas avaliadas foi encontrado perfil de multirresistência, enquanto que a produção de AmpC foi detectada em 74,12% das amostras. Fenótipo de multirresistência foi detectado em 68% das amostras isoladas de urina, dentre estas, uma cepa apresentou resistência a 80% dos antimicrobianos avaliados. O teste fenotípico para a produção de MβLs foi positivo em 21,8% das amostras. Atualmente, tem-se observado uma alta frequência de isolados nosocomiais multirresistentes em infecções causadas pela bactéria, e o conhecimento da susceptibilidade antimicrobiana e da frequência de produção de MBLs em isolados clínicos pode auxiliar no tratamento antimicrobiano empírico e prevenir a disseminação de cepas multirresistentes.


Palavras-chave:  Metalo-B-lactamases, Multirresistência, Pseudomonas aeruginosa, Susceptibilidade antimicrobiana