XXI ALAM
Resumo:1655-1


Poster (Painel)
1655-1Variabilidade dos padrões de virulência e resistência de amostras de Escherichia coli isoladas de infecções extra-intestinais ao longo do tempo
Autores:Ana Carolina de Mello Santos (DMIP - UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo) ; Mario Victor Malerbo dos Santos (DMIP - UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo) ; Antonio Carlos Campos Pignatari (LEMC - UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo) ; Ana Cristina Gales (LEMC - UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo) ; Rosa Maria Silva (DMIP - UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo)

Resumo

As amostras de Escherichia coli isoladas de infecções extra-intestinais podem apresentar grande variedade de fatores de virulência (FVs), que as qualificam desde meros comensais infectando indivíduos imunocomprometidos até bactérias patogênicas, capazes de infectar indivíduos sadios. As amostras patogênicas, designadas de E. coli patogênicas extra-intestinais (ExPEC) podem ser diferenciadas pela presença de marcadores específicos. Seus fatores de virulência (FVs) são frequentemente codificados em elementos genéticos móveis, que revelam patógenos em contínua remodelação genética. Este estudo foi realizado para avaliar amostras de E. coli isoladas de bacteremia humana quanto à sua variabilidade de FVs e perfil de resistência a antimicrobianos, ao longo de um período de 9 anos. Foram estudadas 291 amostras, isoladas entre 2000 e 2008, do sangue de pacientes de um hospital, em São Paulo, Brasil. Foram pesquisados por hibridação de colônias 30 FVs relacionados com a patogenicidade de ExPEC. A presença de dois ou mais dentre os fatores iucD, sfaDE, afaBC, kpsMTII e papC/papA classificou as amostras como ExPEC. A resistência a 27 antimicrobianos de uso hospitalar e/ou comunitário foi pesquisada pelo método de disco-difusão. A origem filogenética das amostras foi determinada por triplex PCR. Cerca de 176 (60%) amostras foram classificadas como ExPEC. Destas, 91% eram oriundas dos filogrupos B2 ou D e apresentaram associação com 23 dos 30 FVs pesquisados; porém, não apresentaram associação com qualquer marca de resistência. Em contraste, as amostras restantes, classificadas como não-ExPEC, apresentaram associação com os filogrupos A e B1, com apenas quatro FVs, e com 16 dos 27 antimicrobianos testados. A frequência dos FVs permaneceu estável ao longo do tempo, em ambos os grupos ExPEC e não-ExPEC. Por outro lado, observou-se um aumento na frequencia de amostras resistentes a 10 antimicrobianos. Este fato ocasionou, entre as não-ExPEC, uma variação de 2,5 (no ano 2000) para 8,1 (no ano 2008) na média de marcas de resistência apresentada por amostra. Ao contrário do esperado, não se observou alteração significativa no perfil de virulência das amostras de E. coli isoladas de bacteremia, no período estudado. Por outro lado, o perfil de resistência sofreu alteração significativa, mas apenas nas amostras com menor potencial de virulência.


Palavras-chave:  Escherichia coli, resistência, virulência, ExPEC, infecção extra-intestinal