Resumo

A infecção do trato urinário(ITU) consiste na colonização microbiana da urina com invasão tecidual de uma ou mais estruturas do trato urinário; onde os micro-organismos podem chegar a esse sistema através de três vias: ascendente,hematogênica e linfática. A ITU é uma síndrome clínica de alta incidência em todas as idades, do neonato ao idoso, mas que na vida adulta tem um acometimento maior no sexo feminino, visto que a maioria das mulheres apresentam um episódio de ITU ao menos uma vez na vida. Devido à isso, o uso frequente de antibióticos, como as quinolonas, tem se tornado ineficaz no tratamento da ITU, uma vez que os micro-organismos causadores desta patologia tem desenvolvido, cada vez mais, resistência a estes fármacos. O presente estudo foi realizado com o objetivo de revisar a literatura de 2001 à 2011 e avaliar as modificações, ao longo dos anos, na resistência às quinolonas de bactérias encontradas na urocultura de pacientes do sexo feminino com ITU. Para isso foi realizada uma revisão sistemática da literatura nas bases do Scielo, BSV e LILACS. Mediante os dados avaliados, foi possível perceber um aumento gradativo da resistência da bactérias as quinolonas; onde o antibiótico mais susceptível a essa resistência é a norfloxacina, com exceção da Escherichia coli que apresenta uma menor resistência. Além disso, percebe-se que a ciprofloxacina apresenta uma baixa eficiência no tratamento da ITU quando a mesma é causada pelo Enterobacter spp e pelo Staphylococcus spp. A avaliação dos dados observados na literatura nos mostra um aumento gradual e significativo na frequência de resistência às quinolonas entre as bactérias mais comumente isoladas em uroculturas de mulheres portadoras de ITU. Assim, a influência do uso prévio de quinolonas e as peculiaridades da bactéria infectante representam importante questão a ser investigada; onde os diferentes esquemas terapêuticos estabelecidos de acordo com grupos específicos de pacientes com ITU efetivam positivamente os benefícios terapêuticos, além de reduzir os custos e as incidências de efeitos adversos.