Resumo

Introdução A instabilidade genética é um fenômeno frequente em bactérias do gênero Streptomyces e provoca o aparecimento de mutantes espontâneos devido a rearranjos, amplificações e deleções do genoma bacteriano, o que leva a alterações de características como resistência a antibióticos e produção de metabólitos secundários – de grande importância econômica e industrial. Este trabalho visa caracterizar os mutantes espontâneos e determinar os rearranjos genéticos envolvidos para otimização de atividades antibacteriana e antitumoral. Material e Métodos A linhagem estudada é S. olindensis DAUFPE 5622 produtora do antitumoral cosmomicina. Os variantes SOV20, SOV16, junto da cepa selvagem, são submetidos a indução de mutantes por choque térmico; e avaliados por atividade antibiótica e presença de rearranjos no genoma Resultados Após os ciclos de choque térmico observou-se o crescimento de 26 tipos de colônias com diferentes morfologias. Destas, sete não reverteram, das quais três foram selecionadas para prosseguir o trabalho. Em relação aos testes de antibiograma, não se obteve resultados conclusivos de comparação com a cepa selvagem. Já a CCD permitiu, além da comprovação de produção de antibiótico por todas as cepas, a visualização da diferença na concentração desse composto entre os extratos. Por eletroforese de campo pulsado, PFGE, foi possível identificar deleções de aproximadamente 600 e 300 kb. Conclusões É evidente que a ocorrência da instabilidade genética nesse grupo de bactérias é um sério problema para a produção industrial de antibiótico, com o agravante de apresentar mutantes com frequência superiores a 10^-3. Diante do exposto, a busca pelo entendimento do mecanismo da instabilidade é crucial. Obteve-se, portanto, variantes a fim de elucidar o fenômeno. Estes, por sua vez, revelam características diferentes da cepa selvagem, que podem ter implicações na variabilidade genética.