XXI ALAM
Resumo:1323-1


Poster (Painel)
1323-1ESTRUTURA DE COMUNIDADE MICROBIANA EM SOLOS EXPOSTOS POR RECUO DE GELEIRA NA ANTÁRTICA AVALIADA ATRAVÉS DE MÉTODOS DE CULTIVO
Autores:Susan Carla Moreno (UNICAMP - Instituto de Química, Universidade Estadual de Campinas / IAG-USP - Laboratório de Astrobiologia) ; Diana Ribas Rodrigues (FSA - Centro Universitário Fundação Santo André / IAG-USP - Laboratório de Astrobiologia) ; Felipe de Souza Dutra (IO-USP - Instituto Oceanográfico, Universidade de São Paulo / IAG-USP - Laboratório de Astrobiologia) ; Rubens Tadeu Delgado Duarte (IO-USP - Instituto Oceanográfico, Universidade de São Paulo / IAG-USP - Laboratório de Astrobiologia) ; Vivian Helena Pellizari (IO-USP - Instituto Oceanográfico, Universidade de São Paulo)

Resumo

O aumento de temperatura na Antártica causa o recuo das frentes de geleira e a exposição de solos subglaciais para a atmosfera. O solo exposto gradualmente a cada ano representa um registro do desenvolvimento da comunidade microbiana (cronosequencia). A comunidade microbiana de solos expostos por recuo de geleira na Antártica foi estudada através de métodos de cultivo para complementar os resultados prévios obtidos por técnicas moleculares. As amostras de solo (BAS01, BAS02, BAS06, BAS10 e BAS12) foram coletadas na frente da Geleira Baranowski, Antártica. A amostra BAS01 representa o solo recentemente exposto e as demais são solos expostos gradualmente ao longo de 25 anos. Os solos foram inoculados em placas com meios de cultura (AM2216, R2A e TSA, concentrações de 100% e 10% [v/v]) e incubados a 4 e 30°C. As colônias foram contadas e caracterizadas por forma, tamanho e pigmento. As análises de componentes principais (PCA) e de agrupamento foram realizadas para correlacionar as amostras, o número de colônias e suas características. Os resultados apresentaram uma relação direta entre o aumento do número de colônias (UFC) e o tempo de exposição do solo, sendo as amostras BAS10 e BAS12 apresentando maiores médias (4,25 . 108 e 2,12 . 108 UFC . g-1 solo, respectivamente). A variedade de pigmentação foi maior nos solos expostos a mais tempo (brancas, beges, translúcidas, amarelas e rosas), em relação aos solos mais jovens (brancas e beges). Entretanto, colônias de pigmentação laranja ocorreram em maior abundância no solo exposto a menos tempo BAS01 (631 UFC) quando comparado aos outros solos (média de 17,5 UFC). A análise de agrupamento revelou dois clusters em 39,5% de similaridade: a) BAS01, BAS02 e BAS06; b) BAS10 e BAS12. Os meios de cultura AM2216 100% e 10% apresentaram maior número de colônias (2,57 e 2,72 . 108 UFC . g-1 solo, respectivamente). Em média, mais colônias foram observadas em 4°C (1536 UFC por placa e amostra) em relação a 30°C (687 UFC por placa e amostra). Os resultados de cultivo apresentados corroboram com as técnicas moleculares (DGGE e pirosequenciamento), principalmente quanto à maior variabilidade nas amostras de solo expostas a mais tempo, sugerindo aumento da diversidade no processo de recuo de geleiras na Antártica. Cerca de 255 isolados serão comparados por BOX-PCR e posteriormente identificados através do sequenciamento do gene RNAr 16S. A identificação molecular destes isolados será importante para caracterizar a diversidade funcional da comunidade microbiana do solo e os processos de sucessão ecológica decorrentes do recuo de geleiras na Antártica.


Palavras-chave:  Antarctica, BOX-PCR, ecologia microbiana, recuo de geleiras