Resumo

INTRODUÇÃO: As infecções da corrente sangüínea (ICS) estão entre as mais freqüentes no ambiente hospitalar. Representam uma grave complicação dos pacientes críticos e estão associadas a elevadas taxas de mortalidade e prolongamento do tempo de hospitalização. O conhecimento das bactérias mais freqüentes e o seu perfil de suscetibilidade são essenciais ao direcionamento apropriado da terapia antimicrobiana nos pacientes com ICS, contribuindo, assim, para a redução da mortalidade. OBJETIVO: Descrever os patógenos mais freqüentes isolados em hemocultura, bem como seu perfil de sensibilidade aos antimicrobianos. MATERIAL E MÉTODOS: Estudo restrospectivo, com levantamento de resultados de hemoculturas realizadas no Laboratório Central do Estado do Pará oriundas do Hospital de referência Abelardo Santos no período de janeiro a junho de 2012. RESULTADOS: foram realizadas 102 hemoculturas das quais, 18 (15%) foram positivas. Os cocos Gram positivos corresponderam a 90% dos isolados, enquanto que os bacilos Gram negativos representaram apenas 10%. Foram isolados Staphylococcus epidermidis (33%), Staphylococcus haemolyticus (28%), Staphylococcus aureus (5,5%), Plesiomonas shigueloides (5,5%), Enterococcus faecalis (5,5%), Proteus mirabilis (5,5%) e outros Staphylococcus coagulase negativa (17%). A resistência frente aos antimicrobianos testados para microrganismos Gram positivo, mostrou-se com perfil de resistência para penicilina (93,7%), eritromicina (68,75%), oxacilina (50%), clindamicina (43,75%), vancomicina (25%) e teicoplamina (12,5%). CONCLUSÃO E DISCUSSÃO: O gênero Staphylococcus (86%) foi o agente mais isolado em nosso estudo nas amostras provenientes de pacientes hospitalizados. A susceptibilidade reduzida à oxacilina e vancomicina é um dos principais problemas de resistência, já que são poucas as opções terapêuticas disponíveis. Em geral as cepas apresentaram elevado percentual de multirresistência. A freqüência de Staphylococcus com baixa sensibilidade aos antibióticos mostra a importância do conhecimento da epidemiologia das infecções para o controle da sua disseminação e o monitoramento da resistência desses agentes aos antimicrobianos.