XXI ALAM
Resumo:1281-1


Prêmio
1281-1Epidemiologia molecular e resistência a antimicrobianos em amostras de Pseudomonas aeruginosa de pacientes com Fibrose Cística: um estudo multicêntrico.
Autores:Géssica de Araújo Rocha (UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro) ; Alex Guerra Ferreira (UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro) ; Robson Souza Leão (UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro) ; Ana Paula D’alincourt Carvalho-assef (FIOCRUZ - Fundação Oswaldo Cruz) ; Érica Aparecida dos Santos (HUPE - Hospital Universitário Pedro Ernesto) ; Jane Anacleto Moura (HUPE - Hospital Universitário Pedro Ernesto) ; Tânia Wrobel Folescu (IFF - Instituto Fernandes Figueira) ; Mônica Firmida (HUPE - Hospital Universitário Pedro Ernesto) ; Angélica Santana (HEOM - Hospital Estadual Octávio Mangabeira) ; Vilma Almeida Paixão (HEOM - Hospital Estadual Octávio Mangabeira) ; Dirce Veloso Mayora (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Fernando Antonio de Abreu E Silva (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Afonso Luís Barth (HCPA - Hospital de Clínicas de Porto Alegre) ; Elizabeth Andrade Marques (UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro)

Resumo

As infecções pulmonares crônicas por Pseudomonas aeruginosa são a principal causa de morbi-mortalidade em pacientes portadores de Fibrose Cística (FC). No Brasil os estudos sobre epidemiologia desse microrganismo tem um caráter local. Diante disto, foram selecionados 75 pacientes com infecção pulmonar crônica atendidos em quatro centros de referência no Brasil: Hospital das Clínicas de Porto Alegre (HCPA), Rio Grande do Sul; Hospital Especializado Octávio Mangabeira (HEOM), Bahia; Instituto Fernandes Figueira (IFF) e Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE), ambos do Rio de Janeiro. As amostras de P. aeruginosa foram obtidas entre maio de 2009 e junho de 2011 e submetidas à tipagem molecular por técnica de PFGE; a determinação do perfil de susceptibilidade a antimicrobianos e detecção de genes de resistência a carbapenens por PCR. A tipagem molecular das 274 amostras mostrou 191 clones distintos. Não foram encontrados clones circulantes entre os diferentes centros ou dentro de um mesmo centro. No entanto, dois irmãos atendidos no HEOM apresentaram amostras de um mesmo clone e, tanto no IFF quanto no HCPA foram identificados “clusters” de dois pacientes distintos compartilhando um mesmo clone. A infecção crônica é caracterizada pela manutenção de um mesmo clone em cada paciente, porém, em nossa amostragem, a maioria dos pacientes apresentou uma colonização por clones intermitentes. A análise geral do perfil de susceptibilidade mostrou os maiores índices de resistência para amicacina, gentamicina (26%) e cefepime (22%). Na comparação entre os centros verificamos que estes três antimicrobianos também foram os menos efetivos no HCPA, porém no IFF e no HEOM as drogas com maior índice de resistência foram tobramicina e piperacilina/tazobactam, respectivamente, o que indica a adoção de diferentes protocolos de tratamento entre os centros. As amostras do morfotipo Não Mucoide NM (presente nos estágios iniciais da infecção) foram significativamente mais resistentes a tobramicina do que as do morfotipo mucoide (M) (associada à infecção mais tardia) tanto no IFF quanto no HCPA, porém somente neste último as amostras M foram mais resistentes aos β-lactâmicos do que as NM. A resistência aos carbapenens foi constatada em 54(19,7%) das amostras, que foram submetidas à detecção dos genes blaSPM, blaIMP, blaVIM e blaKPC. Todas foram negativas. Cerca de 17% das amostras apresentaram multirresistência e 15(20%) pacientes estavam colonizados com pelo menos uma amostra com este fenótipo. Nosso trabalho destaca-se por ser o primeiro de caráter multicêntrico no âmbito da FC no Brasil, ressaltando a necessidade de um contínuo monitoramento deste cenário no país.


Palavras-chave:  Pseudomonas aeruginosa, Fibrose Cística, Epidemiologia, Resistência a antimicrobianos, estudo multicêntrico