Resumo

Lipases de micro-organismos são amplamente aplicadas industrialmente, uma vez que possuem propriedades diversificadas e são mais estáveis que as lipases provenientes de outras fontes. O presente trabalho estudou o efeito da temperatura e do pH na atividade da lipase produzida por Trichoderma koningii. Esse micro-organismo foi isolado da floresta amazônica e identificado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A produção da enzima foi em meio de Vogel suplementado com óleo de oliva (10 mL/L) e Tween 80 (5 mL/L). As fermentações ocorreram em frascos Erlenmeyers de 125 mL com 25 mL do meio de fermentação e o inóculo padronizado em 106 células/mL. As fermentações foram a 28 °C, 105 rpm, pH 6 e por 120 horas, interrompidas por filtração à vácuo, e o sobrenadante foi utilizado como fonte de enzima. Os parâmetros testados para a atividade enzimática foram a temperatura e pH ótimo; termoestabilidade e estabilidade frente a diferentes valores de pH. A estabilidade térmica foi realizada incubando a enzima sem o substrato nas temperaturas de 25 - 75 °C e o pH foi de 3 a 9, por 120 minutos. A atividade enzimática dos diferentes ensaios foi determinada pelo método do palmitato de p-nitrofenila (p-NPP). A maior atividade enzimática produzida por T. koningii foi de 386,96 U/mL, a 37 °C e pH 8,0. A enzima demonstrou termoestabilidade uma vez que perdeu apenas de 20 % de sua atividade na faixa de 45 a 65 °C. Entretanto, a 75 °C a enzima perdeu totalmente sua atividade. Em relação ao pH, a lipase demonstrou-se estável na faixa de pH 3 a 8 e houve perda de 18 % no pH 9. As condições ótimas de atividade da lipase de T. koningii foram a 37 °C e pH 8. A enzima apresentou termoestabilidade e estabilidade em diferentes valores de pH, o que torna possível a sua aplicação industrial.