Resumo

O sorgo sacarino é uma cultura energética com potencial para a produção de biocombustíveis com elevada eficiência hídrica e baixo consumo de insumos. O caldo é rico em açúcares prontamente fermentescíveis como sacarose, glicose e frutose, que são facilmente transformados em etanol pelas leveduras industriais. Os grãos são ricos em amido que podem ser fermentados a etanol após a hidrólise enzimática ou ácida. O bagaço, que é o subproduto da extração do caldo dos colmos é rico em carboidratos insolúveis, como celulose e hemicelulose, que podem produzir etanol após etapas de pré-tratamento e hidrólise enzimática ou ácida. No entanto, ainda são escassas as informações sobre a produção de etanol por unidade de área para diferentes cultivares, principalmente no Brasil. Neste contexto, o objetivo deste trabalho foi avaliar a produção de etanol por unidade de área a partir da fermentação dos caldos de oito cultivares de sorgo sacarino, oriundos de experimento de avaliação de cultivares com potencial energético no município de Itambé, PE. Para isso, foram conduzidos experimentos de fermentação em blocos inteiramente casualizados com 8 tratamentos e 3 repetições dos caldos com levedura industrial (Saccharomyces cerevisiae - JP1) nas seguintes condições: batelada simples, 10 % de inóculo m/v (10⁸ cel/mL); 33 °C e condição estática. Nos caldos fermentados foram quantificadas as concentrações de etanol por cromatografia gasosa e calculado as eficiências da fermentação com base no açúcar consumido. Para o cálculo de produção de etanol por unidade de área utilizou-se a relação de eficiência de fermentação para cada tipo de caldo com sua produção de biomassa no campo experimental. Os resultados indicaram diferenças significativas entre as cultivares avaliadas (p < 0,01) com destaque para as cultivares SF 15 (3142 L.EtooH/ha) e BR 506 (2194 L.EtooH/ha) que apresentaram as maiores produções de etanol por unidade de área com eficiência de fermentação em média de 80%. A produção de etanol a partir do caldo de sorgo sacarino apresenta-se como alternativa em áreas de precipitação reduzida, onde a produção de etanol a partir de culturas energéticas tradicionais são reduzidas.