XXI ALAM
Resumo:1150-1


Poster (Painel)
1150-1VIRULENCIA, SOROTIPOS E DIVERSIDADE GENÉTICA DE Escherichia coli NÃO-O157 PRODUTORA DE TOXINA SHIGA EM CARNE BOVINA DESTINADA À EXPORTAÇÃO.
Autores:Kathelin M S Lascowski (UNIFESP - Esc Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo) ; Evanilde M Gonçalves (UNIFESP - Esc Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo) ; Kinue Irino (IAL - Instituto Adolfo Lutz) ; Mariza Landgraf (USP - Fac Ciências Farmaceuticas, Universidade de São Paulo) ; Bernadette D G M Franco (USP - Fac Ciências Farmaceuticas, Universidade de São Paulo) ; Beatriz E C Guth (UNIFESP - Esc Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo)

Resumo

Amostras de Escherichia coli produtoras de toxina Shiga (STEC) não pertencentes ao sorogrupo O157 (não-O157) tem emergido como importantes agentes de surtos e infecções humanas a semelhança de cepas O157:H7. Este estudo teve por objetivos pesquisar a presença de marcadores de virulência, sorotipos e a diversidade genética em 57 cepas STEC não-O157, isoladas do couro e de carcaças de bovinos, em abatedouro localizado na região noroeste do estado de São Paulo, e cuja carne é destinada principalmente à exportação. Ensaios de PCR com iniciadores específicos foram utilizados para a pesquisa de sequencias genéticas associadas a toxinas (stx, ehxA, cdt-V e subAB) e adesinas (eae, iha, saa, toxB e lpfA). A maioria das cepas STEC carreava apenas stx2 (56%) ou stx1stx2 (42%) e todas apresentaram atividade citotóxica em células Vero. Vários perfis de virulência foram identificados, mas os perfis stx1 stx2 ehx iha saa, stx2 ehxA iha saa subAB e stx2 ehxA iha saa cdtV foram os mais freqüentes ocorrendo em 33%, 17% e 11% das cepas, respectivamente. Dentre as 35 cepas STEC carreadoras de lpfA, as variantes lpfA1-2 e lpfA2-1 foram as mais freqüentes, sendo identificadas em 58% das amostras e associadas a alguns poucos sorotipos. Nenhuma das cepas STEC carreava eae e pertencia aos sorogrupos O26, O103, O111 e O145. Porém, vários sorotipos foram identificados, sendo que alguns como O8:H19, O77:H45 e O174:H21 já foram descritos associados a infecções humanas. A análise da similaridade genética por PFGE revelou uma diversidade de perfis. No entanto, foi interessante observar 100% de similaridade genética entre algumas cepas pertencentes ao mesmo sorotipo, isoladas do couro e carcaça do mesmo animal ou do couro de outro animal seqüencial na linha de abate. Embora pouco freqüente este resultado sugere a ocorrência de contaminação cruzada durante a cadeia de produção analisada. Em conclusão, cepas STEC não-O157 isoladas do couro e de carcaça de bovinos pertencentes a diversos sorotipos e apresentando vários marcadores de virulência foram identificadas e seu potencial patogênico não deve ser menosprezado. Condutas de higiene no manejo e abate dos animais devem ser apropriadas a fim de se evitar danos maiores à saúde pública.


Palavras-chave:  STEC, não-O157, couro e carcaça bovinos, virulencia, diversidade genetica