Resumo

As infecções fúngicas são denominadas micoses podendo ser causadas por diversos grupos de fungos, capazes até de determinar gravidade do estado geral e até a morte do hospedeiro. Em pacientes pediátricos são freqüentes, em virtude da imaturidade do sistema imunológico. Dentre os vários fatores que aumentam os riscos nesses pacientes são prematuridade, baixo peso, permanência hospitalar, uso prolongado de antibacterianos, inserção de cateter venoso central, nutrição parenteral, dentre outros. O objetivo do trabalho foi avaliar dados epidemiológicos de infecções fúngicas invasivas em pacientes pediátricos. Para tanto, foi realizado um levantamento retrospectivo de casos clínicos sugestivos de micoses em 12.668 pacientes atendidos no Laboratório de Micologia Médica do Departamento de Micologia Médica da Universidade Federal de Pernambuco no período de Janeiro de 2001 a maio de 2012. Foram diagnosticadas infecções fúngicas invasivas em 51(2,34%) crianças, a faixa etária mais acometida foi entre 28 dias a 12 anos de idade, destas 23 (45%) eram do sexo feminino e 28 (55%) do sexo masculino. As amostras clínicas utilizadas para o diagnóstico das infecções invasivas incluiu sangue, fragmentos de tecidos, líquido peritonial, lavado brônquico, escarro e biopsia de linfonodos. A amostra mais frequente para realização do diagnóstico foi o liquido peritonial. O agente etiológico mais frequente das infecções fúngicas invasivas pediátricas e/ou neonatal pertenciam a espécies do gênero Candida (75%) seguidos de espécies de Trichosporon (25%) e Coccidioides imittis (25%). Estudos com crianças tornam-se de grande valia, uma vez que à complexidade destes pacientes com risco para desenvolverem infecções e a diversidade de patógenos fúngicos se apresentam como desafios consideráveis para diagnóstico e tratamento.