XXI ALAM
Resumo:1062-1


Poster (Painel)
1062-1Estrutura e diversidade de comunidades bacterianas de sedimentos de manguezal do Nordeste do Brasil
Autores:Laís Feitosa Machado (UFC - Universidade Federal do Ceará / LEMBIOTECH - Laboratório de Ecologia Microbiana e Biotecnologia) ; Vanessa Lúcia Rodrigues Nogueira (UFC - Universidade Federal do Ceará / LEMBIOTECH - Laboratório de Ecologia Microbiana e Biotecnologia) ; Vânia Maria Maciel Melo (UFC - Universidade Federal do Ceará / LEMBIOTECH - Laboratório de Ecologia Microbiana e Biotecnologia)

Resumo

Manguezais são ecossistemas litorâneos que fornecem ambiente único para diversas comunidades microbianas. No Brasil, vários trabalhos sobre a diversidade da microbiota de manguezais têm sido realizados, mas estas pesquisas têm se concentrado no Sudeste do país. Este trabalho objetivou avaliar a diversidade e a estrutura das comunidades de micro-organismos do domínio Bacteria em sedimentos do manguezal do Rio Jaguaribe, Ceará, Nordeste do Brasil. Para isso, sedimentos foram coletados na camada de 0-10 cm do manguezal em 3 diferentes regiões: área sem vegetação – P1; rizosfera de Rhizophora mangle – P2; rizosfera de Avicennia schaueriana – P3. A temperatura, o pH, a salinidade, a granulometria e o teor de matéria orgânica dos sedimentos foram mensurados. A estrutura das comunidades bacterianas foi investigada por Eletroforese em Gel de Gradiente Desnaturante – DGGE e a diversidade local foi avaliada pela construção de bibliotecas do gene RNAr 16S representativas de cada região do manguezal. Os clones foram submetidos à extração plasmidial e a sequenciamento. As sequências foram analisadas por RDP e BLAST. Quanto à estrutura das comunidades, a análise do agrupamento hierárquico revelou a presença de dois grupos, um formado por P1 e P2, com índices de similaridade variando entre 40 – 60%, e outro por P3, com similaridade em torno de 20-40%. As análises de similaridade caracterizaram as três regiões como distintas, sendo P3 a mais singular. Para avaliar a correlação entre os fatores abióticos e a riqueza das comunidades, foi realizada uma RDA, mas nenhum dos fatores analisados apresentou significativa influência na distribuição e nos agrupamentos das comunidades estudadas. A identificação molecular revelou predominância do filo Proteobacteria (30-50%) em todas as bibliotecas e um elevado percentual de bactérias não classificadas. Os demais filos classificados apresentaram algumas diferenças em termos de riqueza e abundância entre as regiões estudadas. O número de UTOs encontradas para as bibliotecas foi variável. Poucas delas foram compartilhadas entre as bibliotecas e nenhuma foi compartilhada entre os três pontos. Os resultados demonstraram as diferenças da distribuição espacial das comunidades bacterianas dentro do manguezal e sua diversidade única e específica, ressaltando o potencial genético ainda inexplorado nesse ecossistema.


Palavras-chave:  Ecologia microbiana, Bacteria, Biologia Molecular